Do cansaço à prevenção, Sesi Marília debate saúde nas indústrias
Nos últimos anos, a saúde mental tem ganhado espaço como uma questão fundamental no ambiente de trabalho. Cada vez mais, estudos apontam que o estresse, a ansiedade e outros transtornos psicossociais impactam diretamente na produtividade e na qualidade de vida dos trabalhadores.
Preocupado com a saúde laboral, o Sesi Marília realizou na manhã desta quinta-feira (29) o workshop Indústria em Foco, para tratar sobre a nova exigência da Norma Reguladora (NR-1), do Ministério do Trabalho e Emprego. O evento reuniu representantes do setor de toda a região.
A última atualização da NR-1, em 2024, passou a exigir das empresas o gerenciamento e um programa de gerenciamento de riscos, incluindo fatores psicossociais, que impactam na saúde mental dos trabalhadores.
Palestrante do workshop, o médico do trabalho e especialista em saúde ocupacional e riscos psicossociais, Álvaro Simões, orientou a indústria sobre a importância do cuidado da “sociedade da ansiedade”.
“Nós vivemos uma sociedade do cansaço. A indústria tem que focar em ajudar os trabalhadores que tenham fatores externos que possam trazer adoecimento, ajudá-los a se manterem saudáveis, e com isso todo mundo ganha”, afirmou.
Segundo Simões, o trabalho na indústria traz satisfação pessoal porque “está produzindo riquezas e produtos que trazem o bem-estar para as pessoas, ao contrário de outras áreas em que o trabalho não dá esse tipo de resultado.”
Mediado pela coordenadora de relações com a indústria e comunidade de Marília e região do Sesi Marília, Vanessa Sapucaia, o workshop teve participação do coordenador de operações estratégicas do Sesi São Paulo, Renato Rocha Canno.
“As empresas devem estar atentas para que haja uma simbiose entre as áreas e que mantenham esse gerenciamento. É preciso colocar a saúde e segurança no trabalho entre os pilares principais de desenvolvimento sustentável”, afirmou o coordenador.
INTEGRAÇÃO
As ações sugeridas no workshop complementarão as ações já realizadas na indústria da cidade e região. É o caso, por exemplo, da Coca Cola, representada no evento pela coordenadora de segurança do trabalho, Josiane Miquele.
“Acredito que o workshop foi muito esclarecedor, pois abre um leque diferente ao que estávamos preocupados em relação à NR-1. Fez a gente entender a necessidade de um trabalho mais integrado para promover resultados positivos aos trabalhadores”, afirmou.
A coordenadora afirmou ainda que a empresa tem notado uma crescente preocupação de seus colaboradores em relação à ansiedade. “Temos feito uma série de ações em paralelo ao que ouvimos aqui para mitigar riscos”, afirmou.
PARCERIA
A coordenadora de relações com a indústria e comunidade de Marília e região do Sesi Marília, Vanessa Sapucaia, destacou a importância da proximidade com os principais beneficiados da realização do workshop.
“O mais importante é traçar parcerias com os industriários de nossa região e trazer segurança nas informações, além das ferramentas adequadas oferecidas pelo Sesi com uma equipe altamente especializada”, afirmou.
A coordenadora informou ainda sobre a importância da realização de eventos que tratem sobre as atualizações das normas reguladoras. “Isso impacta diretamente na saúde e no bem-estar de todos os colaboradores”.
As perguntas feitas pelos presentes durante o workshop serão encaminhadas aos que estiveram presentes. O Sesi Marília também dispõe de um e-book sobre a temática nas versões física e digital.
O workshop Indústria Em Foco vai percorrer um total de oito cidades. As próximas serão São José do Rio Preto, em 16 de junho, e Birigui, no dia seguinte.
A saúde mental no ambiente industrial deixou de ser um assunto apenas individual para se tornar uma prioridade coletiva. Com a atualização da NR-1 e a realização de eventos como o workshop do Sesi Marília, cresce a conscientização sobre a necessidade de integrar cuidados emocionais às políticas de segurança e saúde do trabalho. Essa mudança representa um passo fundamental para construir ambientes mais saudáveis, produtivos e humanos, onde o bem-estar dos trabalhadores seja tão valorizado quanto a eficiência da produção.
