Dívida de longo prazo da Prefeitura sobe 7,8% em 12 meses
A dívida de longo prazo da Prefeitura de Marília cresceu R$ 87,2 milhões em 12 meses, e passou de R$ 498,6 milhões para R$ 585,8 milhões entre o final de agosto de 2020 e o mesmo mês deste ano.
Descontada a inflação no período – de 9,68% -, o aumento real da dívida de longo prazo da administração municipal direta é de aproximadamente 7,8%. As informações constam em relatórios apresentados em audiências públicas na Câmara.
A prestação de contas é obrigatória por parte da Secretaria Municipal da Fazenda, que faz isso ao término de cada quadrimestre. Os dados analisados dizem respeito à conclusão do segundo quadrimestre de 2020 e 2021 – o último período com informações divulgadas.
A maior parte do aumento dessas dívidas diz respeito aos últimos quatro meses do ano passado.
Em entrevista ao Marília Notícia, o secretário municipal da Fazenda, Levi Gomes, explica fatores que ajudam a entender o crescimento dos débitos.
“Tivemos que financiar a contrapartida da Prefeitura para a conclusão da terceira etapa da obra do esgoto, o que teve um impacto importante nessa dívida de longo prazo”, conta o gestor da pasta de finanças.
Levi também recorda que foram contraídos empréstimos para reforma de espaços públicos, recapeamento e aquisição de novos veículos e maquinários, como parte do processo de renovação da frota municipal.
Em um movimento contrário, no período analisado, a dívida de curto prazo da Prefeitura encolheu significativamente, e passou de R$ 174,3 milhões no final de agosto de 2020 para R$ 60,9 milhões 12 meses depois – levando em conta o efeito inflacionário, uma redução de quase 70%.
Em valores nominais, são R$ 113 milhões a menos contabilizados nas dívidas de curto prazo, que são formadas quase que na totalidade pelos chamados restos a pagar.
Gomes afirma que a administração municipal conseguiu algo que considera inédito: equilibrar receitas e despesas a ponto de praticamente zerar os restos a pagar para o ano que vem.
“Bem dizer, só vamos deixar a folha de pagamento de dezembro para ser paga em janeiro e eventuais precatórios de última hora, aquelas dívidas reconhecidas pela Justiça. Estamos com tudo em dia com nossos fornecedores e sem salários atrasados”, conclui o secretário.