Diretoria do Corinthians entra em rota de colisão com órgão do Conselho
A diretoria do Corinthians entrou em rota de colisão com um importante órgão do Conselho Deliberativo (CD), o Conselho de Orientação (Cori). Membros alegam ter sido privados de informações pela atual gestão liderada por Augusto Melo.
Nesta semana, o Cori enviou um ofício a Romeu Tuma Jr., presidente do CD, alegando dificuldade para obter informações da diretoria que são “de grande valia para análise e emissão de opinião”.
Os membros do órgão também citam que existem dúvidas em relações às demonstrações financeiras, movimentações e outros assuntos relacionados ao primeiro semestre de 2024. A última reunião entre o Cori e diretores do clube aconteceu em 27 de agosto.
“Como se isso não bastasse em apresentação ao público denominada “relatório da transparência” integrantes da administração declararam ter entregue todos os documentos aos órgãos internos do clube, fato que não condiz com a realidade, conforme relatado acima”, afirma Miguel Marques da Silva, presidente do Cori em ofício.
A reportagem apurou que o clima “esquentou” nos últimos dias no Parque São Jorge, sede social do clube. Há forte pressão de conselheiros para que medidas drásticas sejam tomadas por Tuma.
Ciente da situação, o presidente do CD convocou uma reunião extraordinária para o dia 7 de outubro. O encontro vai aglutinar esse e outros assuntos, inclusive a análise sobre a possibilidade de uma recuperação judicial no clube.
CORI TEM PAPEL FUNDAMENTAL
Segundo o estatuto do Corinthians, o Conselho de Orientação tem o papel de orientar o presidente do clube e fiscalizar a administração, além de autorizar contratos e revisar contas e balancetes.
O papel do Cori é fundamental para que todos os processos internos sigam em conformidade com o regulamento. No entanto, por alegar ter sido privado de informações, isso pode implicar em uma “gestão temerária”.
De acordo com o art. 99 do estatuto, o Cori pode até se tornar “cúmplice” de culpados, caso esteja “ciente de irregularidades praticadas por qualquer membro da diretoria, não propuser ao CD as medidas necessárias à sua punição”.
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POR LIVIA CAMILLO