DIG esclarece homicídio do final de semana
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Marília esclareceu o homicídio do servente de pedreiro Bruno Fortunato de Nadai, 25 anos, ocorrido na madrugada do último sábado (21) na zona Sul de Marília.
O crime aconteceu por volta das 5h10 na rua Doutor Manhães, nas proximidades com a esquina da rua Luís Rodolfo Miranda.
De acordo com a DIG, após ter sido baleado, Bruno trafegou com seu veículo Ford Escort branco pelas ruas Doutor Manhães e dos Viajantes, acessou a rua Amélie Boudet e passou sobre um pequeno canteiro.
O motorista atravessou a avenida João Ramalho e, por fim, se chocou contra uma bomba de posto de combustível, do outro lado da via pública.
Bruno foi socorrido ao Hospital de Clínicas, onde faleceu por causa de hemorragia intestinal aguda.
Autoria
Enquanto Bruno recebia atendimento médico, o mototaxista Felipe Prizão Silva, de 23 anos, procurou por socorro médico no mesmo hospital, baleado no antebraço e coxa esquerdos, alegando que havia sido atingido acidentalmente ao passar pelo local dos disparos.
“Entretanto, através das diligências realizadas por esta delegacia, se apurou que Bruno e Felipe já possuíam divergências, ao que consta por causa de uma moça”, afirmou a DIG, o que levantou a suspeita de uma possível troca de tiros entre ambos.
Felipe havia sido liberado do HC no mesmo dia em que deu entrada e se apresentou na DIG no final da tarde desta segunda-feira (22) ao saber que estava sendo procurado pela Polícia Civil para esclarecimentos.
Ele teria confessado que realmente foi o autor dos disparos que resultaram na morte de Bruno, apresentou o revólver calibre 38 utilizado e alegou ter agido em legítima defesa, “afirmando que há cerca de dois meses estaria sendo ameaçado de morte por Bruno, o qual, inclusive, teria lhe exibido anteriormente um revólver, motivo pelo qual ele também passou a andar armado”, diz a DIG.
Dia do crime
Felipe também teria contado que após sair de uma festa na região do Campus Universitário, onde também esteve Bruno, foi até um posto de combustível na zona Sul, mas como não localizou nenhum conhecido, voltou para casa com sua motocicleta.
Quando trafegava pela rua Doutor Manhães ele teria revelado que foi “surpreendido ao perceber que Bruno havia emparelhado seu Ford Escort ao seu lado direito, sacado um revólver e contra ele efetuado disparos de arma de fogo”.
Felipe alega que revidou a agressão dando alguns disparos contra Bruno, “sem perceber se o havia atingido”. A moto de Felipe foi abandonada porque ao menos um disparo atingiu seu motor. Um amigo foi chamado por ele após pedido de socorro e o levou até o HC, mas antes escondeu a arma utilizada.
“Embora tenha afirmado estar sendo ameaçado constantemente por Bruno, Felipe descartou que fosse em virtude de relacionamento de qualquer um deles com alguma moça, não sabendo explicar os motivos do desentendimento entre os dois”, conta da nota divulgada sobre o caso pela Polícia Civil.
Arma do Bruno
Familiares de Bruno confirmaram que ele realmente possuía um revólver e que estava armado na data dos fatos.
A defesa de Felipe apresentou uma mídia contendo filmagem (que estaria circulando na internet) em que, em outra ocasião, Bruno é visto exibindo um revólver, brincando de ameaçar uma garota não identificada, para que ela não saísse de casa.
Na data do tiroteio o revólver de Bruno não foi localizado, mas através de filmagens obtidas no posto em que houve a colisão com a bomba de combustível, e em outro estabelecimento nas proximidades, alguns rapazes são vistos correndo em direção ao Ford Escort.
As filmagens mostram que o automóvel tem a porta aberta e é revistado pelos indivíduos, que podem ter subtraído o revolver, “não havendo indícios de participação deles no homicídio, mas responderão por crime de furto, caso sejam identificados”, diz a DIG.
Inquérito
Foi instaurado inquérito policial para esclarecimento dos fatos e apuração da conduta de cada um dos envolvidos, inclusive, a confirmação ou não de ter Felipe agido em legítima defesa.
Por conta da apresentação espontânea de Felipe, a apresentação da arma de fogo por ele utilizada, e a alegação de legítima defesa, ele responderá ao inquérito policial, por ora, em liberdade.