Seis são indiciados por duplo homicídio em bar na zona Sul
A Polícia Civil de Marília comunicou, nesta quarta-feira (30), ter concluído o inquérito policial que apurou as mortes da dona de casa Carla Silva de Moraes, de 25 anos, – que estava gestante – e do zelador Manoel da Silva Barreto, de 36, em novembro do ano passado, em um bar da zona Sul.
As investigações apontaram seis envolvidos no crime, e todos tiveram as prisões preventivas decretadas. Ainda são aguardados laudos que a polícia considera de “suma importância” para a instrução do processo penal.
O trabalho foi realizado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), sob o comando do delegado Marcelo Perpétuo Sampaio. O caso ainda tem três foragidos.
MOTIVAÇÃO
O motivo apontado pela polícia seria o tráfico de drogas, envolvendo pessoas próximas a uma das vítimas.
O inquérito apontou que o irmão de Manoel teria subtraído droga de um traficante. Por esse motivo, acabou sendo jurado de morte.
A eliminação, porém, teria gerado uma ordem para que antes do rapaz, o seu irmão – zelador Manoel – fosse morto.
“Ele [vítima] era considerado pelos desafetos ‘dedo mole’, na gíria do crime, propenso a matar alguém, para defender seu irmão. Seria mais fácil cobrar o devedor [o irmão], se ele [Manoel] não pudesse mais defendê-lo. Desde o crime, essa pessoa (responsável pela subtração da droga) encontra-se escondida e não foi localizada”, relata o delegado.
MANDANTE
A polícia acabou chegando ao mandante, identificado como Antônio Marcos Ferreira Lima, conhecido como “Neguinho”.
Segundo a investigação, ele e algumas pessoas associadas integram um grupo denominado “Família Lima”, que comandaria o tráfico de drogas em uma das regiões da cidade.
Neguinho ainda está foragido e teria encomendado a morte do zelador, apoiado por comparsas. Segundo a polícia, o mandante teria assistido ao crime de dentro de um carro – com mais três envolvidos – e descido para conferir se os dois atiradores teriam concluído a execução.
EXECUTORES
A polícia identificou e indiciou Diego Pereira Pinto e Leandro Pereira Martins, que efetuaram os disparos e fugiram em uma motocicleta.
A dupla atingiu fatalmente Manoel, Carla e ainda tentou matar mais duas pessoas no local – cônjuges das vítimas – que acabaram sendo salvas por erro de pontaria de um dos bandidos, e possível fim da munição da arma do outro. Leandro está foragido; Diego, preso.
OUTROS COMPARSAS
Tayron Aparecido Ferreira de Abreu, segundo a polícia, foi quem entregou a motocicleta à dupla de atiradores. No dia dos fatos, ele estaria junto com Neguinho e um terceiro envolvido em uma festa. Na oportunidade, teriam tramado a execução de Manoel.
Segundo a polícia, Tayron está preso em função dos homicídios (preventivamente) e também por tráfico de drogas.
A investigação apontou ainda que, antes de ser entregue à dupla de assassinos, a moto Honda CG de placa FWL-8938 foi tomada emprestada por Vitor dos Santos Gonçalves, que estava com o mandante e com Tayron na festa.
Por sua vez, Vitor – que está preso – teria obtido o veículo com uma pessoa que não teve envolvimento no crime.
O sexto indiciado é Gabriel Augusto de Oliveira [foragido], motorista de um veículo Fiat Uno – emprestado de sua mulher – que transportou Neguinho, Tayron e Vitor, até o local do crime.
Segundo a polícia, eles deram apoio aos assassinos nas motos, estacionaram próximo ao bar. Após os primeiros disparos, aguardaram enquanto o mandante atestou a eliminação de Manuel. Gabriel teria acelerado em fuga do local, sob ordens de Neguinho.
“Gostaria que ficasse consignado que houve extrema dedicação dos investigadores que atuaram no caso, principalmente, visando angariar as provas necessárias ao esclarecimento do crime”, declara o delegado à imprensa.
A polícia fez oitivas com testemunhas e cumpriu mais de 15 mandados de busca na casa de suspeitos. “Todos os envolvidos são conhecidos nos meios policiais de longa data, a maioria deles com vasta ‘ficha criminal’. São pessoas consideradas de extrema periculosidade”, conclui Marcelo Perpétuo.