‘Dia dos Avós’ é celebrado com bonita história de família mariliense
Nesta sexta-feira (26) é celebrado o Dia dos Avós em todo o Brasil. A data faz referência ao dia de Santa Ana e São Joaquim, que na tradição cristã são pais de Maria e avós de Jesus Cristo. No país muitos avós acabam criando netos como filhos, uma realidade que não é diferente em Marília.
Apesar de não ser uma data tão popular no calendário brasileiro, muitas famílias continuam comemorando o dia como uma ocasião para celebrar o amor compartilhado entre os parentes.
O Marília Notícia entrevistou o mariliense Jonathan Araújo de Jesus, 21 anos, que revelou parte de sua criação com os avós. Sem condições para ser criado por sua mãe e pelo pai, ele foi entregue com somente um dia de vida para os avós, Luiza Rosa de Jesus e José Rodrigues Nunes, atualmente com 80 e 70 anos.
“Minha mãe estava grávida, mas meu pai era usuário de drogas e ela também não tinha condições de me criar. Eu nasci em um sábado e logo no domingo eu já estava morando com meus avós e fiquei até os meus 19 anos”, conta Jonathan.
“Minha avó sempre esteve comigo, independente de tudo. Ela é mãe de dez filhos, contando comigo 11. Eu sempre tive de tudo e de todos os filhos, eu como filho-neto, tive mais privilégios. Fui um dos mais mimados, tanto da parte da minha avó quanto do meu avó”, conta.
A avó Luiza Rosa de Jesus agradece por estar mais um dia acompanhada do filho-neto.
“É um dia muito bacana. Eu adoro ele demais. Eu o tenho como um filho. Sempre foi um menino muito bacana, muito comportado e disciplinado. Não tem coisa melhor no mundo como ter um filho igual a ele”, comenta Luiza.
Jonathan deixou a casa dos avós somente quando se casou, em 2017. No entanto, agora ele é o responsável por cuidar dos avós e administrar as finanças.
“Mesmo fora da casa dos meus avós, estou sempre disponível. Se alguém passar mal, precisar de remédio ou ir ao médico, sou eu quem leva. Quando minha avó quer ir até o mercado ou no centro, eu levo”, explica.
Para o filho-neto, esse cuidado é uma forma de retribuir todo amor que recebeu dos avós.
“Eles sempre estiveram me apoiando. Independente da data. Podia ser no Dia das Mães ou no Dia dos Pais, quando eu dava trabalho na escola ou estava doente no hospital, minha avó sempre estava comigo”, complementa Jonathan.
Tempo ao tempo
Mesmo com uma criação diferente, Jonathan de Jesus conta que desde sempre sua mãe dizia que ele nunca foi abandonado.
“Eu não morei com minha mãe, mas ela sempre me visitava na casa dos meus avós e acompanhou meu crescimento. Ela sempre deixou claro que não me abandonou, mas não tinha condições de me criar e não queria que eu passasse fome. Hoje nossa relação é muito mais afetiva do que antes. Agora é comum eu ir até a casa dela e ela também vir me visitar em casa”, disse.
O tempo também foi importante para melhorar a relação com o pai, que passou por tratamento para escapar da dependência química.