Dia do Repórter é celebrado com histórias e esperança na profissão
É nas ondas do rádio, há 37 anos, atualmente com as notícias policiais, que Jair Mattos ganha a vida. A profissão permitiu que ele viajasse por todo o Estado de São Paulo no período em que atuou na editoria esportiva. No Dia do Repórter, comemorado ontem (16), o Marília Notícia homenageia os profissionais que se dedicam a contar histórias e contribuir para levar informação de diferentes maneiras.
“Foram muitas matérias acompanhando o nosso Marília Atlético Clube (MAC). Grandes amizades, contato com profissionais de diferentes lugares. A vida de repórter não tem rotina”, observa Jair.
Ele conta que, na profissão, além do esporte, foi seduzido pela editoria policial. “A cobertura diária, do noticiário policial, ao longo desse tempo todo, me permitiu ver muita história. Muitas delas não foram felizes, mas também nessa área podemos ajudar as pessoas, alertando para a segurança pública”, destaca.
Em comum com o repórter radialista Jair Mattos, o repórter de TV Fernando Garcia tem a experiência e o senso de missão. Ele também começou no rádio.
São 24 anos de trabalho, 17 deles com som e imagem. “Ser repórter foi algo natural. Em praticamente todas as escolas que passei, montei um jornal. O senso crítico, a vontade de ajudar o próximo e o desejo de justiça me lançaram na profissão”, explica.
O grande barato de ser repórter, para ele, é saber dos acontecimentos antes da maioria das pessoas. “Ser curioso e estar em um lugar, ver uma situação que até então não havia sido divulgada. Isso é excitante”, define.
Garcia enfatiza o papel transformador do jornalismo, que ousa também a corrigir o rumo da história, através da verdade dos fatos. “As futuras gerações e as atuais têm o desafio de se contrapor ao fascismo, ao ódio, ao extremismo ideológico. Faz todo sentido para mim”, destaca.
Jornalismo e literatura
O jornalista e escritor Ramon Barbosa Franco, que já passou por diferentes mídias, começou aos 16 anos. “Não escondia a vontade de vivenciar a notícia, de viver a atmosfera de uma redação. São mais de 25 anos como repórter”, relata.
Ele foi motivado pela busca pelo conhecimento, da compreensão do que ocorria a sua volta. “O gosto pelo saber, pela agilidade dos acontecimentos. O ritmo. E, certamente, a vontade de noticiar algo de grande relevância para todos”, compartilha o jornalista.
Para Ramon, o privilégio de ser repórter é estar em vários lugares, conversar com pessoas de todas as camadas sociais, ouvir muitas histórias e aprender com as experiências.
“Lembro certa vez que estive numa favela, entrevistando a mãe de uma vítima de lesão corporal, e, logo depois estava entrevistando dois secretários estaduais que estiveram em Marília por conta do velório de um político da região”, puxa na memória.
“Aliás, um destes secretários era o André Franco Motoro Filho, economista e filho do ex-governador Franco Montoro, uma liderança que sempre admirei muito. Também entrevistei o ex-governador Mário Covas. É um privilégio poder ter encontros como esse. Como jornalista, esse diálogo é possível, provável”, constata.
O que Ramon, Fernando e Jair esperam, dos repórteres dessa e da próxima geração, é que haja mais consciência, coragem e determinação. O escritor também dá a dica, por mais valorização da tão surrada Língua Portuguesa e à cultura.
“Respeito ao idioma português, ao saber popular e valorização da cultura local. Desejo que meus colegas repórteres se empenhem contra as fake news, chequem antes de publicar e entendam que o mais importante é reportar o fato com transparência, ética e elegância. O repórter não é a notícia, ele apenas a transporta até o público”, define.