Novodesperdício de merenda em Garça vira caso de polícia
Uma nova blitz feita por vereadores na cozinha piloto de Garça, nesta segunda-feira (28), constatou centenas de quilos de produtos vencidos.
São itens como achocolatado, biscoitos, salsicha, feijão, caldo de carne, entre outros. Em um vídeo gravado e compartilhado nas redes sociais, a secretária municipal da Educação, Roseli Padilha admitiu falhas e anunciou sindicância. (veja o vídeo)
O setor de alimentação da Educação é reincidente em problemas envolvendo os alimentos e já provoca desgaste à imagem do prefeito João Carlos dos Santos (DEM), candidato à reeleição.
Na semana passada, uma “patrulha” dos vereadores Antônio Franco dos Santos, o “Bacana” e Paulo André Faneco (ambos do PSDB), flagraram alimentos sendo descartados no aterro sanitário de Garça. Parte dos itens estava com data de validade vencida.
Nesta segunda, a “blitz” foi feita pelos vereadores Pedro Santos (PSDB), Patrícia Marangão e Fábio Polissinani (ambos do PSD). Eles acionaram a Polícia Militar para constatação e registro de ocorrência policial na sede da cozinha piloto.
Foram feitos vídeos e dezenas de fotos. A lista dos parlamentares aponta 414 quilos de chocolate em pó vencidos em julho, 110 quilos de salsicha que também deveriam ter sido consumidos até o mês sete.
O desperdício seguiu até o mês passado: 149 quilos de caldo de carne venceram no mês passado e seis quilos de amido de milho deveriam ter sido consumidos até o dia 13 deste mês.
O registro de ocorrência policial não foi liberado para a imprensa. A reportagem apurou, porém, que o relatório do desperdício flagrado nessa segunda será anexado à investigação que já foi aberta, na semana passada, e será remetido ao Ministério Público pela Polícia Civil.
Sindicância
Já no início da noite, por meio de um vídeo publicado em uma rede social, a secretária municipal de Educação de Garça falou em revolta e apresentou números sobre a destinação social de alimentos no município, envolvendo a pasta.
Diante dos flagrantes, a Prefeitura – que até a semana passada alegava ataque de ratos e intenção de devolver produtos vencidos ao fornecedor – já passou a admitir falhas.
“Se houve erros, vamos abrir uma sindicância. Mas (a denúncia) é leviana, é vã… não existe, tanto que foram distribuídas 37 toneladas de frutas, verduras e legumes para 3.756 alunos da rede”, garantiu a secretária.
Segundo ela, as falhas estariam relacionadas a uma “porção ínfima” dos produtos que foram adquiridos. O município teria destinado, nas contas da Prefeitura, 41 toneladas de alimentos não perecíeis e 12 toneladas de proteínas, em um total de 90 toneladas de alimentos distribuídos aos alunos da rede municipal.
“A Prefeitura vem trabalhando firmemente para ajudar. Temos uma preocupação enorme com os alunos que estão sem merenda. Foi doada quase uma tonelada de alimentos para a assistência social”, garantiu.
“Essa secretaria não deixou de olhar para essa situação e proceder de maneira mais correta possível. Não pode aceitar que, de repente venham, por um erro… se a gente for considerar 90 toneladas… que venham destruiu um trabalho feito”, justificou a secretária.