Designer de Marília cria jogo para distrair e ensinar crianças na quarentena
Uma designer gráfica de Marília aproveitou o isolamento social para criar um jogo de tabuleiro temático. A versão, que ensina sobre a quarentena e a prevenção ao novo coronavírus, está disponível para impressão.
Natália Rosa desenvolveu o layout do jogo, seguindo o conceito do tabuleiro tradicional, onde o jogador avança ou retrocede as casas, de acordo com a sorte lançada nos dados.
No tabuleiro as crianças aprendem a importância do vovô e da vovó ficarem em casa. Quem compra mais que o necessário no supermercado tem mais chances de perder. Aprendem também que o uso de álcool em gel e as janelas abertas são boas jogadas.
O brinquedo está sendo compartilhado pelas redes sociais e aplicativos de mensagens. É um incentivo à interação dentro de casa, brincadeira entre crianças, diversão entre pais e filhos e também outros adultos.
“É um jogo de sorte, então sempre pode nos surpreender, criar situações divertidas, fazer as pessoas esquecerem o momento de dificuldade”, acredita Natália.
Quando era criança, conta a designer, ela e os irmãos não tinham acesso a brinquedos comerciais. “Meu irmão mais velho fazia desenhos de jogos no papel. Qualquer objeto virava peças para o tabuleiro. Essa ideia resgata um pouco dessa experiência de infância”, conta.
Ela observa ainda que, ao longo de tantos dias dentro de casa, a internet, a televisão e outras distrações podem acabar tornando-se cansativas. É preciso interagir com outras pessoas, sem sair da residência. Atividades instrutivas, principalmente para as crianças, são fundamentais.
“Precisamos contribuir com as pessoas que têm poucas alternativas, principalmente para as crianças, nesse período de isolamento social. Não são todos que têm acesso a recursos lúdicos e entretenimento educativo”, disse a designer.
Como mãe, Natália sabe da importância de brincar e ensinar. Ivan, seu filho, é uma criança especial, o que exige dela e do marido, o jornalista Fábio Rosa, muita criatividade, adaptações às necessidades dele e muito afeto, para que o garoto tenha mais qualidade de vida.
Corrente do bem
Natália sugere que as pessoas com mais condições de imprimir e compartilhar o jogo, já pronto, façam através de entregadores (delivery) que recebem em casa, ou de trabalhadores essenciais, sempre observando a necessidade de higienização das mãos ao repassar objetos.
“Meus pais brincavam comigo, quando eu era criança. Esse isolamento social é também uma oportunidade para que possamos aprender sobre convivência e nos reconectar com quem está próximo”, acredita a designer.