Daniel faz discurso inflamado nos 89 anos de Marília
O desfile cívico-militar em homenagem aos 89 anos de Marília, nesta quarta-feira (4), contou com discurso inflamado do prefeito Daniel Alonso (PSDB).
Ele admitiu estar aberto às críticas, mas atacou adversários políticos – como a família Camarinha- e falou das conquistas de seu governo.
Também foram destaques a passeata de alunos, a carreata da frota municipal (em parte renovada), desfile de diversos departamentos da administração direta e autarquias, banda marcial, tiro de guerra, forças policiais, além de outras instituições e entidades de Marília.
O desfile aconteceu pela avenida Sampaio Vidal e envolveu milhares de pessoas. Foram feitas homenagens, hasteamento da bandeira e outras formalidades que envolvem a tradição.
Prefeito, secretários e outras autoridades assistiram ao desfile em um camarote instalado no lado oposto ao Paço Municipal.
“Hoje é o dia de parabenizar Marília, mas também as pessoas de bem que contribuem com nossa cidade, saudar nossos antepassados que lutaram para que possamos ter essa cidade maravilhosa para se viver”, começou Alonso.
Se existe muito para comemorar, na fala do prefeito, ele também pondera que persistem “situações crônicas herdadas de longas datas”.
“Os buracos da nossa cidade, a questão do lixo, do transporte coletivo, do esgoto, do plano de carreira [dos servidores]. São questões que estão na nossa pauta de prioridades”.
Alonso disse que reconhece as críticas e sabe onde seu governo precisa melhorar. “Mas quero receber as críticas de pessoas que tenham hombridade, que também reconheçam nosso esforço, nosso empenho, nossa responsabilidade de estar diante de uma máquina complexa e com muitos problemas”.
Em seguida, o prefeito passou a desabafar contra grupos políticos opositores e veículos de comunicação alinhados a eles. “Não posso admitir críticas de pessoas que querem o pior para nossa cidade. O mal pelo mal”, bradou.
Alonso chamou a “Rádio 950”, que fica apenas duas quadras de distância do palanque armado para o evento, de “Rádio 666”. O tucano quis, como em outras ocasiões, fazer uma contraposição simbólica entre o bem (seu governo) contra o mal (os opositores), baseado em concepções cristãs.
Segundo Alonso, militantes vinculados ao grupo político da família Camarinha teriam disseminado a informação de que ele seria recebido com hostilidade e ovadas pelo funcionalismo, que está em estado de greve e faz campanha salarial. Isso não aconteceu.
A fala do prefeito aconteceu pouco depois das 8h, antes do início do desfile. Membros do funcionalismo só se aglomeraram e apresentaram cartazes e palavras de ordem momentos mais tarde, mas não houve arremesso de ovos ou atos de hostilidade mais intensa.