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Marília
sáb. 30 out. 2021

Desafiados por crise, comerciários de Marília iniciam virada

por Carlos Rodrigues

Comerciária há 21 anos, Glauce começou como temporária em loja de departamentos e hoje é supervisora (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Virou clichê dizer que alguém precisou se reinventar na pandemia. Mas, e os comerciários? Poucas categorias foram tão desafiadas. Com as empresas de portas baixadas, o medo da falência e perda do emprego não foi apenas um fantasma; a categoria encolheu em número de postos de trabalho em Marília.

No Dia Nacional do Comerciário – celebrado neste sábado (30) – o passado recente e o futuro ajudam a traçar o perfil do novo profissional que o mercado deseja. Praticamente não há mais espaço para pessoas passivas ou meramente reativas. Para vender, é preciso provocar o cliente.

Conforme dados do Ministério da Economia, processados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em dezembro de 2019 – dois meses e meio antes da pandemia – a cidade tinha 15.896 pessoas com carteira assinada no comércio.

No final de março do ano passado, o número havia caído para 15.284, ou seja, 612 empregos foram devorados logo no início da crise econômica e de saúde pública.

O comércio é um dos que mais perdeu e, também, o que está levando mais tempo para se recuperar. No mês passado o Caged apurou em Marília 15.557 carteiras registradas no setor, ainda longe do cenário pré-crise, apesar da melhora em 2021. O déficit atual é de 339 vagas.

ALMA DE VENDEDORA

Gerente na unidade local, em uma grande rede de vestuário e assessórios, Glauce Rosana Santilli, de 41 anos, trabalha desde os 20 na mesma empresa. Ela começou como temporária e atualmente gerencia equipes e rotinas de trabalho. O sucesso nas tarefas, porém, vêm da alma de vendedora.

“Cheguei em um final de ano, por tempo determinado. Eu estava disposta a oferecer o meu melhor, porque queria ficar. Na época estudava enfermagem [curso técnico] e cheguei a concluir os estudos, mas foi uma decisão. Nunca exerci. Era na loja que eu queria continuar trabalhando”, conta.

Glauce com a família; Natal é tempo de alegria em casa e também na loja (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Ela cursou administração, escalou degraus na empresa, formou nova geração de profissionais de atendimento. Glauce acompanhou muitas transformações, como a implantação do autosserviço, no qual o cliente mesmo escolhe e vai até o caixa.

Com a experiência, atuando na supervisão financeira da loja, parecia que a profissional estava completa. Afinal a gerente aprendeu a decifrar fatores de motivação para equipes e, principalmente, métodos para instigar os clientes. Mas veio a pandemia.

“Nos primeiros dias, a gente olhava a São Luiz vazia. Dava uma tristeza, um medo, a vontade era de chorar. Mas nós não tínhamos esse direito. Se nós, que já tínhamos experiência, jogássemos a toalha, o que seria dos mais jovens? Imediatamente começamos uma revolução no processo de trabalho”, conta.

Não foram poucas as lojas que transformaram as portas em grandes painéis com QR Code, para direcionar o cliente – muitos deles entediados com o isolamento e mais tempo disponível – para as vitrines virtuais.

Aplicativos de mensagens, mais interatividade nos sites e eficiência para compras online, além das parceiras com os entregadores para que a mercadoria estivesse rapidamente nas mãos dos clientes, fizeram toda a diferença.

“Penso que, em geral, ainda estamos reaquecendo. A pandemia melhorou. Esse final de ano está trazendo grande expectativa. É uma prova de fogo para todos nós, que estamos em uma loja física, recebendo as pessoas. Sabemos que muitos hábitos mudaram e também estamos mudando, para acompanhar as tendências”, afirma.

ASSUMINDO RISCOS

Há quem trabalhe a vida toda como comerciário, ganhe respeito pela performance, algum conforto e alcance realização, sem necessariamente ser dono do negócio, mas entregando resultados.

Rinaldo José Traskini, do setor de pneus, conhece os dois lados (Foto: Divulgação/Márcio Medeiros)

Mas há também muitos comerciários – necessariamente, com alma de vendedor – que decidem assumir riscos e conhecer o outro lado. Rinaldo José Traskini, de 57 anos, teve sua primeira experiência no comércio como funcionário da extinta Mesbla.

Passou pela tradicional J. Mahfuz e mergulhou de cabeça no setor automotivo, com o comércio de pneus. Já são 34 anos no ramo, 27 deles como empresário.

“Quando eu era funcionário, já agia como se o negócio fosse meu. Com certeza esse é o segredo para você entregar mais resultados e ser um bom comerciário. Dessa forma, o profissional se valoriza, progride e jamais fica sem trabalho”, afirma.

A receita serve ainda para quem desejar conhecer o outro lado. “Acredito que essa pandemia acabou sendo um divisor de águas para muita gente. Pessoas comprometidas, envolvidas, estão sendo selecionadas para novas atividades, novos projetos, para a inovação que estamos vendo”, acredita.

EMBAIXADORES DA MARCA

O professor, consultor e empresário Marcelo Reis, diretor executivo de uma empresa especializada em diagnóstico e implantação de melhorias na gestão comercial, chama a atenção para o consumidor da atualidade.

“Quem busca uma loja já sabe a média de preço dos produtos, sabe como funciona, conhece alguns dos benefícios ou eventuais desvantagens da marca que tende a comprar. Na prática, ele não tem paciência com um vendedor que saiba menos que ele. O cliente vai embora sem comprar”, alerta.

Marcelo Reis é especialista em gestão e vendas (Foto: Divulgação/Usina da Comunicação)

Além disso, o consumidor espera do comerciário empatia e gentileza. “Atender bem sempre foi fundamental, mas hoje é preciso ir além. Quem vende tem que ser uma autoridade no produto. As lojas não funcionam mais como pontos de venda, mas como um verdadeiro show room”, compara.

Marcelo Reis, que é especialista em gestão e vendas, alerta que a antiga expectativa de vender, mediante o fluxo de clientes entrando e saindo, não prospera na nova economia. Sai aquele que atende e entra o profissional capaz de representar a empresa.

“As empresas esperam contar com ‘embaixadores da marca’. Não há mais espaço para quem espera fluxo em loja. É preciso entrar no mundo o cliente, que está bem mais amplo, tecnológico e uma infinidade de concorrentes”, ensina o consultor.

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