Vinicius gasta R$ 2,6 milhões por ano com comissionados
Comissionados do gabinete do deputado Vinicius Camarinha (PSB) – que tomou posse em março do ano passado – custaram aos cofres públicos R$ 2,6 milhões, somente no primeiro ano de mandato. Foram nomeados 19 assessores em cargo de confiança, recebendo salários de variam de R$ 6,6 mil a R$ 18,7 mil por mês.
O montante gasto pelo deputado com os comissionados seria suficiente para construir dois postos de saúde, ou uma escola infantil de pequeno porte.
Líder da bancada
Indicado para liderar a bancada do seu partido, Vinicius também administra uma segunda lista de comissionados. São mais 31 pessoas sem concurso, que servem ao PSB – a maior parte não precisa sequer comparecer à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
No primeiro ano de mandato, o custo dos assessores lotados na “liderança de bancada”, somente no PSB, foi de R$ 4,02 milhões. É dinheiro suficiente para adquirir e equipar oito ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu.
Altos salários
A média do salário líquido – já descontados imposto de renda e previdência – é de R$ 8,4 mil para cada comissionado no gabinete. Os nomeados pela bancada embolsam todo mês, em média, R$ 8,9 mil.
A qualidade do serviço prestado é controlada pelo próprio deputado ou partido. Somados seus quatro mandatos, Vinícius já teve 69 diferentes servidores comissionados na Alesp.
No gabinete do mariliense, o maior salário entre os comissionados é do Assistente Especial Parlamentar. Além dos 19 assessores, há ainda uma servidora concursada da Assembleia à disposição do deputado, com salário que chega a R$ 25,3 mil, o mesmo valor que seu chefe.
Abelardo e o Metrô
A pesquisa feita no site da Assembleia Legislativa de São Paulo inclui ainda, como servidor lotado na bancada do PSB na Alesp – não bastassem os 31 comissionados – um ex-integrante da legenda.
Mesmo tendo mudado de partido, o ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos) é o único “comissionado sem prejuízo”, ou seja, serve a Alesp/PSB preservando o salário pago em outro cargo público.
Recentemente, conforme mostrou o Marília Notícia, veio à tona um capítulo da vida do político desconhecido até de aliados. Camarinha foi contratado há 30 anos, de forma direta, por força de influência política e sem concurso público, pela empresa pública de transportes.
Com os afastamentos para cargos eletivos e o “empréstimo” à Assembleia, na prática, nunca trabalhou no local. Atualmente, sem mandato, ele recebe quase R$ 20 mil do Metrô todo mês e diz estar próximo da aposentadoria.
Contratação cruzada
Em Marília, a legislação contra o nepotismo proíbe, por exemplo, mais de uma pessoa da família para exercerem cargo público simultâneo, na administração municipal. Já na Assembleia Legislativa, a regra parece não se aplicar.
A simples pesquisa no site revela, por exemplo, que a nomeação do ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Marília Hugo Antônio de Oliveira Claro – gestão Vinícius – agora como Auxiliar Parlamentar, não impede que a companheira dele, Silvia Regina Juste, seja nomeada Assessora Parlamentar II, por indicação do líder da bancada.