Apuração de ‘fura-fila’ na vacina emperra por falta de dados
Embora tenha recebido representações com pedidos de apuração de supostos casos de “fura-filas” durante a campanha de vacinação contra a Covid-19 em Marília, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) ainda não avançou nos casos, com a indicação de eventuais responsáveis.
A falta de uma lei específica de transparência, com os nomes de todas as pessoas vacinadas – como ocorreu em Assis (70 quilômetros de Marília) – dificulta a fiscalização. Lá, os apontamentos da própria população e os nomes de pessoas públicas no documento facilitaram o cruzamento de dados.
As denúncias que chegaram ao órgão fiscalizador em Marília, segundo o promotor Isauro Pigozzi Filho, não apontam indícios concretos. São relatos de supostas aplicações em pessoas que não estariam nos grupos preconizados de trabalhadores da saúde, porém, a amplitude da própria regra dificulta a comprovação. Além disso, em meio à pandemia, a Promotoria de Saúde Pública viu a demanda de ações e procedimentos aumentar.
“As prioridades são dinâmicas no plano de vacinação. Cada hora é uma faixa ou categoria. Com isso, aquela investigação não avançou. Por ora, apoiamos os serviços de saúde para dar a melhor cobertura possível, ressaltando que qualquer caso concreto de irregularidade poderá ser apurado”, afirma o promotor ao Marília Notícia.
O foco do MP, conforme Pigozzi FIlho, tem sido o acompanhamento e melhoria da assistência.
O MN mostrou que o MP instaurou um inquérito para apurar a superlotação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Norte e no Pronto Atendimento (PA) da região Sul. Levantamento feito pelo site apurou que a cidade já registrou pelo menos 39 óbitos de pacientes com Covid-19, na espera por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
As mortes aconteceram nos serviços de pronto atendimento, depois que o sistema de saúde (público e privado) entrou em colapso.