Denúncias de assédio sexual já chegaram ao metaverso
O Horizon Worlds, plataforma social de realidade virtual da Meta (novo nome corporativo do Facebook), está em fase de testes desde a semana passada para usuários maiores de 18 anos nos Estados Unidos e no Canadá. As primeiras experiências, porém, mostram que o novo espaço virtual, chamado de metaverso, carrega problemas do mundo real: de acordo com a Meta, em 26 de novembro, uma mulher que testava a plataforma relatou ter sido “apalpada” por um estranho no Horizon Worlds.
O Horizon Worlds, primeira iniciativa do Facebook no metaverso, lembra um universo de videogame. Até 20 avatares podem se reunir ao mesmo tempo para explorar, sair e construir coisas no espaço digital – lá, você facilmente interage com estranhos. Para acessar a plataforma, é preciso usar os óculos de realidade virtual Quest 1 e Quest 2, desenvolvidos pela companhia de Mark Zuckerberg.
A usuária que sofreu o assédio postou seu relato em um grupo do Facebook destinado aos testes do Horizon Worlds. “Assédio sexual não é brincadeira na internet normal, mas estar em realidade virtual adiciona outra camada que torna o evento mais intenso”, escreveu ela na publicação. “Não só fui assediada ontem à noite, mas havia outras pessoas lá que apoiaram esse comportamento, o que me fez sentir isolada”.
Vivek Sharma, vice-presidente do Horizon, afirmou ao site The Verge que o caso foi “absolutamente infeliz”. Ele afirmou que a empresa revisou o incidente e determinou que a usuária não utilizou os recursos de segurança integrados ao Horizon Worlds, incluindo a capacidade de bloquear interações com determinada pessoa – a ferramenta em questão se chama “Safe Zone” (zona segura, na tradução do inglês) e cria uma espécie de bolha ao redor do usuário. “Esse é um bom feedback para nós, porque queremos tornar (o recurso de bloqueio) mais fácil e localizável”, disse Sharma.
Regulação
As ambições do Facebook para construir o metaverso já estão na mira de autoridades regulatórias. A Comissão Federal de Comércio americana (FTC, na sigla em inglês) abriu nesta quinta-feira, 16, uma investigação antitruste contra o plano da empresa de comprar o aplicativo Supernatural, de exercícios físicos em realidade virtual – a informação é do site The Information.
De acordo com a reportagem, as cinco aquisições de realidade virtual anteriores da Meta, incluindo um acordo para comprar o estúdio do jogo Beat Saber, não foram investigadas pelo governo porque os preços de aquisições foram muito baixos. O negócio com o Supernatural poderia custar US$ 400 milhões, diz o The Information.