Delegado pede prisão após golpe milionário contra criadores
O delegado da Polícia Civil de Oriente (distante 19 quilômetros de Marília), Cláudio Anunciato Filho, pediu nesta quinta-feira (9) a prisão preventiva de um homem com iniciais A.S.F., apontado em inquérito criminal como autor de um golpe contra pecuaristas da região.
Inicialmente, o prejuízo constatado contra cinco criadores de gado é de aproximadamente R$ 3 milhões. Outras vítimas podem não ter registrado o estelionato sofrido, já que a autoridade policial acredita que o rombo pode ser até três vezes maior do que o valor verificado.
Cerca de mil cabeças de gado foram compradas, mas os vendedores não receberam pelos cheques pré-datados, que estavam sem fundos. Os animais teriam sido trazidos até uma área arrendada em Marília e já teriam sido revendidos pelo autor do suposto crime em leilões.
Entre as vítimas está um empresário de Marília, que cria gado em Oriente, e teria sofrido o maior prejuízo entre as cinco vítimas conhecidas: R$ 1,2 milhão pela venda não quitada de 501 animais.
A maior parte dos criadores disse que já tinha feito negócio com A.S.F., mas os pagamentos eram feitos à vista até então, sem nenhum transtorno anterior. Entre junho e outubro, contudo, o acusado passou a pagar com cheques a serem descontados no futuro.
Os vendedores acreditam que houve má-fé por parte do comprador.
Por sua vez, o suspeito alega que “quebrou” após ter sofrido prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão referente a um negócio mal sucedido, sendo impossibilitado de arcar com os débitos contraídos.
A.S.F. alegou ainda que tentou negociar com as vítimas com o objetivo de pagá-las de forma parcelada, mas não teve sucesso.
O acusado disse inclusive que o combinado era a concessão de mais prazo ou devolução do gado para os vendedores, caso não fosse possível cumprir os compromissos firmados inicialmente.
Para o delegado responsável pelo caso, entretanto, está configurado o crime de estelionato. “Ficou evidente que o investigado emitiu diversas cartulas de cheques de valores acima do normal, em pequeno espaço de tempo, sem nenhuma previsão de pagar estes valores, agindo de má-fé para com os vendedores do gado”, escreveu.
O juiz responsável pelo caso aguarda posicionamento do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) para decidir se acata o pedido de prisão preventiva ou não. A promotoria pediu mais detalhes sobre os fatos antes de se manifestar nos autos.