Delegada fala sobre prisão por tentativa de feminicídio
Tentativa de feminicídio foi o motivo que levou Carlos Henrique Oliveira dos Santos, de 34 anos, a ser preso preventivamente pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) na manhã desta terça-feira (24).
Feminicídio é um tipo de homicídio qualificado que tornou o crime hediondo e decorre de violência doméstica ou discriminação de gênero. A pena aumenta de 6 a 20 anos para 12 a 30.
Carlos Henrique é apontado como autor de disparo com arma de fogo contra a ex-mulher, grávida, no último sábado (21) no Centro de Marília. O caso havia sido registrado, a princípio, como tentativa de homicídio.
A prisão vale por 30 dias com possibilidade de ser prorrogada por igual período. De acordo com a delegada da DDM Viviane Boacnin Yoneda Sponchiado, a versão apresentada pela defesa do acusado, que se diz inocente, é “inverossímil”.
A versão do acusado, de acordo com o advogado ouvido pelo Marília Notícia, é de que o disparo foi acidental. Ele afirma ainda que o casal já estava separado e vinha de um relacionamento conturbado.
A afirmação de sua defesa é de que a mulher era agressiva e ao, saber que o ex-marido estava se relacionando com outra pessoa, teria ido até ele com uma arma. Durante luta corporal, teria ocorrido o tiro.
Segundo a delegada, a versão não parece verdadeira, nem foi feita a entrega da arma utilizada. A discussão teria se iniciado por conta da separação do casal. Uma testemunha já foi ouvida e outras ainda serão no decorrer da investigação.
Foi requisitada perícia no local dos fatos e é aguardado o laudo inclusive do tipo de arma utilizada. A vítima já havia sido ouvida no Hospital das Clínicas de Marília, onde ficou internada até a tarde de segunda-feira (23), quando recebeu alta médica.
Entenda
A vítima, Kamila Jaccard Mesquita de Almeida, de 32 anos, foi baleada no peito e até ontem (23) estava internada no Hospital das Clínicas de Marília. Seu estado de saúde era considerado estável e não houve risco para a gestação.
O projétil não ficou alojado no corpo de Kamila, que ficou alguns dias em observação, recebendo medicações e curativos pela equipe multiprofissional do HC.
O acusado teria prestado depoimento na tarde de segunda na CPJ (Central de Polícia Judiciária), mas acabou liberado porque não se configurava mais o estado de flagrância. Mais tarde, foi determinada sua prisão temporária pelo prazo de 30 dias.
O tiro contra Kamila foi dado, segundo informações policiais, na residência onde o casal morava com outros três filhos, todos menores de 14, no Centro de Marília. As crianças teriam assistido a tudo. O casal estaria em processo de separação.
Segundo a Polícia Militar, que atendeu o caso, a casa fica nos fundos de um salão de beleza localizado na rua 15 de Novembro, próximo do cruzamento com a rua Paes Leme.