Defesa de autor de morte de trans entra com novos recursos
Trans foi asfixiada e teve o corpo jogado às margens de uma rodovia (Foto: Arquivo MN)
A defesa do administrador de empresas Leonardo Caffer Junior, de 47 anos, entrou com mais dois recursos no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). O homem é acusado de matar Marcelle Brandina, de 23 anos, no dia 10 de dezembro de 2019, e abandonar o corpo às margens da rodovia Rachid Rayes (SP-333), em Marília. O autor responde ao processo em liberdade.
Um dos recursos apresentados desta vez pede que o caso seja admitido, apreciado e dado provimento pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O outro pede o encaminhamento para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em uma manifestação sobre os pedidos, o procurador de Justiça Mário Fernando Pariz afirmou que foi acertada a decisão de negar o processamento do recurso especial e aguarda que também sejam negados os agravos que pedem que o caso vá para o STJ e para o STF.
Em abril deste ano, o acusado teve embargo negado pela 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.
CONFISSÃO
Em 11 de dezembro de 2019, Junior prestou depoimento na DIG e confessou o crime para o então delegado titular da delegacia especializada da Polícia Civil, Valdir Tramontini. O acusado contou que chegou sozinho ao motel, ficou aguardando a vítima, com a qual havia combinado um programa através de um aplicativo.
“Ele teria efetuado o pagamento de R$ 100 que havia sido combinado, porém, a vítima também teria lhe solicitado o pagamento do transporte, de R$ 60. O autor efetuou o pagamento com uma nota de R$ 50 e outra de R$ 20 e pediu o troco de R$ 10. Isso teria irritado bastante a vítima, que passou a exigir a quantia de R$ 500, em seguida valores maiores e começou a extorqui-lo, alegando que se ele não desse o dinheiro, iria expô-lo nas redes sociais, prejudicando o autor e seus familiares”, afirmou o delegado.
Ainda segundo a polícia, o homem disse que, em determinado momento, Marcelle teria investido contra ele com tapas e unhadas – o acusado apresentava pequenos ferimentos. O autor, porém, teria conseguido aplicar uma gravata na vítima até que ela morresse.
ENTENDA
O corpo foi encontrado na manhã do dia 10 de dezembro em uma propriedade rural próximo à Rodovia Rachid Rayes (SP-333). A vítima era uma transexual que usava o nome social de Marcelle Brandina. O nome de registro é Rafael Felipe Aparecido Moreira, de 23 anos, segundo boletim de ocorrência.
O corpo foi encontrado por um homem que foi apanhar mangas. Ele acionou a polícia, que passou a investigar o caso. Outra pessoa localizou um celular desligado nas proximidades do local.