Defensoria pede absolvição de acusado de homicídio
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo apresentou resposta à acusação contra Anilton Alexandre dos Santos, de 50 anos, em que pede a absolvição sumária do réu – aquela em que a Justiça reconhece que a queixa é improcedente. O homem é acusado de matar Pedro Cosmo dos Santos, de 51 anos, esfaqueado em uma praça do Jardim América, zona Oeste de Marília. A vítima chegou a ser socorrida com vida e encaminhada para o Hospital das Clínicas (HC), mas não resistiu.
A defensora pública de Marília, Carla Basoli, apresentou resposta à acusação, afirmando não existir procedência na pretensão acusatória do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). A defesa ainda destaca que, caso não seja absolvido sumariamente, a defesa deixará para se manifestar sobre o mérito da imputação após a instrução processual.
De acordo com o promotor Rafael Abujamra, responsável pela denúncia, no dia 15 de dezembro de 2022, por volta das 18h30, na rua Bassan, Anilton Alexandre dos Santos matou Pedro Cosmo dos Santos, com emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A acusação aponta que o indiciado e a vítima estavam sentados em um banco da praça, consumindo bebidas alcoólicas, quando passaram a discutir por questões fúteis. Anilton, então, teria sacado uma faca que trazia consigo e esfaqueado Pedro.
“Sem razões próximas ou remotas para esperar brutal ataque, passou a lhe desferir vários e seguidos golpes de faca na região do tórax e abdômen, inclusive após a vítima ter caído ao solo, causando sua evisceração, bem como desferiu chutes na cabeça, causando-lhe intenso e desnecessário sofrimento físico e psicológico (meio cruel), revelando, assim, brutalidade além do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade”, afirma o promotor na denúncia.
A queixa foi encaminhada para a Justiça e deve ser aceita nos próximos dias. A Promotoria também requereu os laudos perinecroscópico e necroscópico, bem como novas diligências para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Polícia Civil de Marília, comandada pelo delegado Luís Marcelo Perpétuo Sampaio, para a identificação e oitiva de duas testemunhas que foram citadas sobre o caso.
Uma delas seria um pedreiro e a outra um caminhoneiro, que teriam presenciado os fatos. O motorista de caminhão teria ligado para o telefone 190 da Polícia Militar.
Os investigadores da DIG devem solicitar ao Comando da Polícia Militar os dados do responsável pelo acionamento do socorro, para que conte sua versão sobre o homicídio.
PRISÃO
Anilton Alexandre dos Santos foi preso em flagrante pela Polícia Militar (PM), logo após o crime. Os policiais foram acionados e encontraram a vítima já sendo socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Segundo o médico socorrista, Pedro Cosme dos Santos estava inconsciente e apresentava ferimentos profundos na barriga, além de corte no braço direito, causados por faca. A vítima precisou ser intubada ainda no local devido à gravidade dos ferimentos.
Os policiais militares chegaram rápido ao local do crime e encontraram o acusado na praça em que cometeu o homicídio. Questionado sobre o ocorrido, o homem afirmou que não se recordava do que tinha acontecido.