De tanto acasalar, tartaruga salva espécie da extinção
Uma tartaruga gigante macho de Galápagos com mais de 100 anos de idade está sendo considerada a grande responsável por recuperar a população desses animais em sua ilha nativa, Española, e, assim, salvar a espécie da extinção.
Diego é um Chelonoidis hoodensis, espécie encontrada na natureza apenas nesta ilha ao sul do arquipélago de Galápagos, no oceano Pacífico.
O arquipélago ficou famoso mundialmente por ter sido alvo de estudos do naturalista inglês Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução, por conta de sua grande biodiversidade.
Há 50 anos, havia apenas dois machos e 12 fêmeas da espécie de Diego em Española – e os animais estavam espalhados demais pela ilha para que fosse possível reproduzir.
Mas o apetite sexual de Diego reverteu a situação. Vivendo em um centro de reprodução na ilha Santa Cruz, uma das maiores de Galápagos, ele tornou-se pais de cerca de 800 filhotes.
“Ele é um macho reprodutor muito ativo sexualmente e contribuiu enormemente para repopular a ilha”, disse Washignton Tapia, especialista em preservação de tartarugas do Parque Nacional de Galápagos, à agência AFP.
Com 80 kg, 90 cm de comprimento e 1,5m de altura (se esticar suas pernas e pescoço), Diego é o macho dominante entre os três selecionados para recuperar a espécie em Española. Ele convive com seis fêmeas, suas parceiras nesta missão.
Diego foi achado no zoológico de San Diego, nos Estados Unidos – daí veio seu nome -, após a espécie ter sido identificada por cientistas e uma campanha internacional ter sido lançada para encontrar mais exemplares desse tipo raro de tartaruga.
Espécies ameaçadas
Os cientistas não tinham conhecimento de o quanto ele havia contribuído para essa meta até uma análise genética mostrar há seis anos que ele era pai de 40% dos filhotes liberados na natureza pelo projeto.
Ao todo, 2 mil tartarugas foram distribuídas pela ilha. Hoje, a espécie não está mais ameaçada de extinção.
Das 15 espécies de tartarugas gigantes com origem em Galápagos, três foram extintas, vítimas dos piratas do século 18 que pilharam o frágil ecossistema do arquipélago.
Entre aquelas ameaçadas atualmente, nem todas têm um macho como Diego para vir ao seu resgate. A esperança de recuperar a espécie Chelonoidis abingdoni morreu junto com seu último sobrevivente conhecido.
O centenário George, o Solitário faleceu em 2012 após se recusar por muitos anos a reproduzir em cativeiro.
Fonte: MSN