Secretário da Agricultura é demitido e novo chefe assume
O prefeito Daniel Alonso (PSDB) exonerou nesta quinta-feira (18) o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ricardo Cavichioli Scaglion, e o secretário adjunto da Administração, Antônio Eduardo Negrão.
A reportagem do Marília Notícia apurou que a medida pegou de surpresa inclusive alguns membros do primeiro escalão do governo municipal, que estavam informados de possíveis mudanças na gestão, mas não sabiam quando seriam feitas e quais peças seriam mexidas exatamente.
Segundo informações de bastidores, apesar de ser considerado muito trabalhador, o chefe da Agricultura nomeado no começo de 2019 teria problemas de relacionamento com algumas pessoas.
Entre elas, estariam alguns vereadores, como Evandro Galete (PSDB), que tem forte atuação na zona rural do município e se tornou correligionário do chefe do Executivo, além de ter conquistado a reeleição, angariando mais prestígio junto à Prefeitura.
Em entrevista ao portal, no entanto, Galete declarou que não tem qualquer desavença com o ex-secretário, de quem se considera amigo e diz ser próximo.
O anúncio do novo nome a ocupar a pasta foi feito na mesma manhã em que saiu a exoneração. O cargo passa a ser ocupado pelo engenheiro agrônomo Renato Argollo Haber.
Ele é diretor do Sindicado Rural Patronal e presidente do Conselho de Segurança Rural, com importante participação na fundação da Associação dos Apicultores de Marília e Região (Amar).
“O novo chefe da pasta é filho do ex-secretário da Saúde, Adib Haber, e neto do saudoso ex-prefeito por duas gestões (1948-1951 e 1956-1959), Miguel Argollo Ferrão”, diz nota oficial do município.
Negrão
Já a exoneração de Negrão foi menos surpreendente, após promessas não entregues. Neste caso, o prefeito não deve ter tanta pressa para nomear um substituto, já que não se trata do primeiro escalão, conforme apurou a reportagem.
Ele foi nomeado em maio de 2019, enquanto era tido como uma das lideranças do Partido Social Liberal (PSL) de Marília, mas perdeu o controle do diretório municipal para o articulador político Marcos Farto, considerado de oposição a Daniel.
Quando Negrão foi nomeado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que recebeu 66,7% dos votos válidos em Marília em 2018, ainda fazia parte da sigla.
Atualmente o único vereador do PSL, Junior Féfin, tem adotado uma postura de enfrentamento ao governo municipal, com pedidos de vistas e ataques contra projetos do Executivo na Câmara.
Em nota ao MN, Negrão afirmou que “minha demissão não tem nada a ver com PSL porque me afastei do partido assim que o presidente Jair Bolsonaro sinalizou”.
“Tinha e tenho bom trânsito no governo Bolsonaro, tanto que este ano (2021) já captei três emendas parlamentares para Marilia. Duas delas de deputados do PSL. Não falarei sobre minha exoneração pq me pediram ‘calma’ e assim o farei”, completou.
“Estou filiado ao PL já há cerca um ano , tanto que trabalhei para um vereador do PL e indiquei uma candidata a vereadora para o Partido Liberal, pois havia grande carência para preencher as cotas femininas para vereança”, concluiu.