Daniel conclui USF Marajó, obra deixada por última administração
A Prefeitura de Marília anunciou para a próxima sexta-feira(30) a inauguração da Unidade de Saúde da Família (USF) Santa Paula/Marajó, localizada na zona Sul. O prazo inicial para entrega da obra era fevereiro de 2017, há quase dois anos.
Mais especificamente, o atraso na inauguração foi de um ano e nove meses, ou 656 dias. A unidade também ficou pelo menos R$ 26,9 mil mais cara do que o anunciado no início das obras, em maio de 2016, último ano da gestão Vinícius Camarinha (PSB).
O prédio fica na rua Clemente Ribeiro, ao lado da Escola Municipal Professora Nicácia Garcia Gil e do Centro Comunitário do Jardim Marajó.
O primeiro contrato para construção da USF Santa Paula-Marajó foi assinado pelo valor de R$ 708.764,90 com empresa Zanutech, que abandonou o serviço pela metade e acusa a Prefeitura de calote.
Pessoas que moram na região ouvidas pela reportagem no ano passado afirmaram que o ritmo no canteiro de obras diminuiu após a eleição municipal, até que os funcionários da construtora desapareceram totalmente do local.
Em setembro de 2016, houve um aditivo no contrato que encareceu a obra em R$ 6.891,87. Ao todo a Prefeitura pagou R$ 423.695,99 para a Zanutech pela construção da USF Santa Paula-Marajó, que ficou abandonada por vários meses. Ainda em 2018 alguns valores foram pagos pelo serviço.
Em junho do ano passado o MN denunciou o abandono do canteiro de obras e a depredação do local por vândalos. Naquele mesmo mês a Prefeitura abriu uma licitação para nova empresa retomar a obra.
Em fevereiro deste ano a administração municipal assinou contrato com a EPC Construções Ltda pelo valor de R$ 321 mil.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo investiga o suposto calote da Prefeitura de Marília em 2017 na construtora Zanutech.
A mesma empresa abandonou outras obras do município, como a USF Jardim América e da Emei (Escola Municipal de Ensino Infantil) Sítio do Pica-pau Amarelo, na Vila Coimbra, zona Oeste.
Juntas, todas as obras acabaram encarecendo quase R$ 300 mil, como mostram outras matérias do MN sobre o problema (clique aqui e aqui).
Administração
Em entrevista ao MN sobre a acusação de calote pela empresa contratada inicialmente, o secretário da Fazenda Levi Gomes alegou que “na verdade esta obra foi paralisada em razão da empresa Zanutech não cumprir os cronogramas da obra por falta de condições financeiras. Não recolhia os tributos obrigatórios e também tinha bloqueios judiciais”.
De acordo com ele, “não existe nenhuma pendência financeira da Prefeitura com esta empresa, porém o processo de rescisão é demorado”. Ainda segundo o secretário, “a burocracia e os entraves jurídicos atrasam as obras”.
“Para complementar, a empresa Zanutech não consegui concluir nenhuma obra, inclusive com outras prefeituras, portanto não foi culpa nossa este problema, estamos resolvendo algo que herdamos”, finalizou.