Daniel ameaça suspender contratos do transporte público
O prefeito Daniel Alonso (PSDB) ameaçou suspender os contratos com as empresas de transporte público que operam na cidade, caso a paralisação dos motoristas da Grande Marília, iniciada nesta terça-feira (23) por atrasos salariais, continue.
O chefe do Executivo mariliense falou sobre o assunto em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais. Ele está em viagem oficial a Brasília (DF) e gravou o vídeo de dentro da Câmara dos Deputados.
Apesar da paralisação ainda não envolver as duas empresas, o prefeito falou sobre a possibilidade de suspensão dos contratos no plural.
O transporte público na zona urbana de Marília é feito pela Grande Marília, que opera nas zonas Norte e Leste, enquanto a Sorriso Marília atua nas zonas Oeste e Sul.
“Esperamos que as empresas resolvam essa pendência com seus colaboradores e voltem a trabalhar o quanto antes, sob o risco de suspendermos esses contratos e chamarmos uma nova ou novas empresas para trabalharem em nossa cidade”, declarou Daniel já no final do vídeo.
“Isso é um problema das empresas com seus funcionários. Das empresas, com suas obrigações, principalmente a de pagar o salário de seus funcionários”, disse o prefeito.
Segundo o sindicato que representa os motoristas, a Grande Marília deveria ter quitado a folha de pagamento até o 5º dia útil do mês. Até o momento, porém, apenas 40% dos salários teria sido pagos.
Reajuste
A Associação Mariliense de Transporte Urbano (AMTU), que representa as duas empresas de transporte público em atuação no município, protocolou em dezembro do ano passado um ofício solicitando o aumento de R$ 3,80 para R$ 6,24 no valor da tarifa.
A diferença é de R$ 2,44 por passagem, o que representa um aumento de 64,2%. Até o momento, no entanto, não houve resposta da Prefeitura sobre o assunto.
O último reajuste aconteceu em março de 2019, após quatro anos, quando houve o acréscimo de R$ 0,80 na tarifa que era de R$ 3 – o equivalente a 26,6%.
No vídeo desta terça-feira, prefeito, no entanto, descartou a possibilidade de reajuste no patamar solicitado pela AMTU.
“Não posso admitir uma tarifa neste valor. A população vem sofrendo muito, desemprego, inflação, a situação está muito difícil”.
Segundo o Prefeito, houve um “desequilíbrio” em decorrência da pandemia e “as empresas estão transportando menos de 50% do que transportavam”. Esse problema, no entanto, seria nacional.
De acordo com ele, desde março do ano passado ambas as empresas vêm procurando a administração “em busca de ajuda, de subsídios, ou seja, de equilíbrio financeiro”.
“Evidente que eu não posso pegar recursos do município para ajudar essas duas empresas. Não posso tirar dinheiro da saúde, da educação, do asfalto, da água, do esgoto e transferir para essas empresas”, disse Daniel.
Apesar do tom duro o prefeito afirmou que está dialogando com as empresas e sua visita a Brasília também tem o objetivo de encontrar uma solução para a questão junto ao Governo Federal.