Rodrigo Zotti é acusado por rombo e caso vai ao MP
A Prefeitura de Marília encaminhou esta semana um relatório para o Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, informando sobre o rombo de R$ 93,6 milhões deixado nas contas públicas do município somente no ano de 2016, o último da gestão Vinícius Camarinha (PSB).
“A Administração anterior encerrou seu mandato em 31/12/2016, deixando a importância de R$ 93.690.687,38 à pagar sem a correspondente disponibilidade financeira, tendo o Prefeito Municipal de Marília avocado a competência de instauração e consequente julgamento para apuração de supostas irregularidades decorrentes de possível descumprimento do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/00), supostamente atentando contra as finanças públicas”, diz publicação do Diário Oficial do Município neste sábado (5).
De acordo com a atual administração municipal, a responsabilidade sobre o fato recai também sobre o ex-secretário de planejamento econômico Rodrigo Zotti.
“Diante do exposto, a comissão entende que houve o descumprimento do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal em virtude da elevação dos gastos públicos sem a disponibilidade financeira suficiente para o devido pagamento nos últimos 8 meses do exercício de 2016. Do mesmo modo, aponta como responsável o Sr. Rodrigo Zotti de Araujo por ter o dever legal de zelar pelo orçamento municipal”, conclui a investigação da Prefeitura.
Como Rodrigo Zotti não faz mais parte do quadro de servidores, a sindicância – que só serve para punição interna – foi arquivada. A partir de agora Zotti deve responder na Justiça pelas supostas responsabilidades.
“Diante do exposto, acolho o parecer da Comissão Permanente de Sindicância e determino o arquivamento da presente Sindicância, com a expedição de Ofício ao Ministério Público do Estado de São Paulo e Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para providências e apuração de responsabilidades”, conclui a Prefeitura.
Atualmente o ex-secretário trabalha no Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia). Com cargo comissionado de Superintendente Administrativo e Financeiro no órgão federal, Zotti ganha quase R$ 21 mil por mês. Ele está lá com indicação de um grupo político de Marília.
Com a palavra Zotti
Procurado pela reportagem, Rodrigo Zotti enviou uma nota explicando a situação sob sua ótica. Veja abaixo na íntegra.
“Desde 2012 o município já possuía um passivo financeiro elevado, inclusive sendo apontado pelo Tribunal de Contas. Desde o início do governo em 2013 foram tomadas medidas para conter o rombo existente, medidas essas que apenas equilibraram as contas públicas ainda mantendo-se o passivo conforme justificado.
Também destaco que exerci função nessa pasta de Planejamento Econômico em vários governos, mas desde quando deixei o cargo no final de 2016, venho sofrendo da atual gestão diversos tipos de perseguições tanto políticas, como pessoal. Nesse processo em especial não tive o direito de ser ouvido devido não estar mais residindo na cidade, e que estranhamente após solicitar judicialmente pagamento de minha exoneração, no qual está a mais de 60 dias sem ser paga, saiu julgamento dessa sindicância. Se precipitando inclusive as análises das contas de 2016 que estão sendo analisadas pelo Tribunal de Contas.
Entendo que o atual prefeito foi eleito para governar Marília e olhar para o futuro dessa cidade, deixando as análises serem realizadas pelos órgãos competentes como caso do Tribunal de Contas. O prefeito precisa deixar vinganças e perseguições que estão acabando com o Município de lado e passar a trabalhar pela cidade”.
Com a palavra Vinícius
Já Vinícius Camarinha, responsável por Zotti e pelo ano de 2016 no Executivo, divulgou nota ao Marília Notícia sobre o caso. Veja abaixo na íntegra.
“O prefeito Daniel ao invés de governar a cidade, procura no desespero, tempo todo arranjar desculpas para justificar suas falsas promessas eleitorais, levando a nossa cidade a uma trágica e rejeitada administração.
Por razões políticas e pessoais, já sendo investigado pelo Ministério Público, o atual prefeito esta desmontando os bons projetos que deixei e com gana odiosa faz de tudo pra me perseguir usando das prerrogativas do cargo de prefeito.
Toda dívida que existiu no meu governo, foi herdade da gestão passada. Administrei esse passivo sem aumentá-la, ao contrário, até conseguimos reduzi-la.
Ao final deixei Prefeitura 1º de janeiro com caixa de aproximadamente 4 milhões. E o resto a pagar como sempre foi feito, era executado no ano seguinte. Período em que o município possui melhor receita”.