Da favela ao título de doutor em Direito pela Unimar
O tenente-coronel aposentado Geilson Nunes recebeu o tão sonhado título de doutor em Direito pela Universidade de Marília (Unimar). Emocionado, relembrou todas as dificuldades que enfrentou na vida, desde a infância muito pobre em uma favela de Belo Horizonte/MG, o esforço que fez para não abandonar os estudos, o período que trabalhou na Polícia Militar, o sonho de levar educação de qualidade para seu Estado de origem e o tão sonhado título de doutor.
“Eu nasci em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1972, na cabana do pai Tomás, uma favela da capital. Sou de uma família com 11 irmãos e todos morávamos numa casa bem simples e, para garantir o sustento da família desde muito jovem, cerca de sete anos, saía para vender salgadinhos na rua, tanto que meu apelido era Coxinha. Mas, eu sempre soube que para ter uma vida melhor, só seria possível através da educação”, lembra.
O mais novo doutor em Direito estudou toda a sua vida em escola pública e, após concluir o segundo grau, continuou conciliando a busca pelo conhecimento com o trabalho. Desta forma, conseguiu passar no concurso público da Polícia Militar. “Eu sempre tive o sonho de ser militar e consegui ingressar na PM em 1991. Continuei estudando e fiz o concurso para a academia da Polícia Militar, que foi o meu primeiro curso de ensino superior, me formei em 1999 e, atualmente, sou aposentado no posto de tenente-coronel”, conta.
A paixão pelo Direito surgiu no dia a dia do trabalho como Policial Militar. “A gente, como policial, convive com muito dilema social e, visando me preparar melhor para enfrentá-los, decidi ingressar no curso de Direito em Uberaba. Também imaginei que a formação jurídica iria ajudar a me preparar para a aposentadoria. Logo depois que concluí a graduação, pensei que não deveria parar por ali. Conheci a Unimar e quis ser mestre, defendi minha tese e já ingressei no doutorado”, diz.
O título de doutor em Direito pela Unimar foi entregue pelo reitor da Universidade de Marília, Márcio Mesquita Serva, junto à pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária da Unimar, Fernanda Mesquita Serva, e do orientador, o docente e procurador da República, Jefferson Aparecido Dias.
Segundo a pró-reitora Fernanda, “é uma imensa alegria poder ajudar as pessoas a realizarem seus sonhos. A conquista do Geilson nos enche de orgulho e evidencia o poder da educação em nossas vidas”.
Para Dias, “o Geilson sempre foi um orientando exemplar, dedicado aos estudos e à pesquisa. Ele sempre se preocupou com a aplicabilidade prática de seus estudos. Tive a honra de orientá-lo no mestrado e no doutorado. Ao final, mais do que um orientando, ele se tornou um grande amigo.”
Assim como teve a vida transformada pela educação, em 2019, Geilson levou o ensino a distância da Unimar para sua cidade, Uberlândia. Atualmente, conta com mais dois polos em Minas Gerais, o de Uberaba e Araguari. “A minha vida foi transformada pela educação, porque tudo que eu conquistei foi buscando conhecimento. Assim como consegui vencer barreiras, sai lá daquela humilde casinha, da pobreza, eu posso ajudar outras pessoas. Recentemente formamos a nossa primeira turma e ver a alegria dos alunos recebendo o diploma foi único, porque estamos ajudando a realizar sonhos através de educação de qualidade da Unimar”, ressalta.
Da favela ao título de doutor em Direito pela Unimar. “Eu penso às vezes naquele menino, lá da vida simples, que tinha muitas dificuldades e enfrentou, conseguiu se aposentar quase no último posto da PM e, agora, é professor doutor em Direito e faz a gestão de três polos da Unimar, uma instituição que leva educação a distância para todo o Brasil e que tem a cultura de democratizar o acesso ao ensino superior de qualidade, topei esta nobre missão de levantar esta bandeira e ostentar este nome tão forte e pelo qual eu tenho um carinho muito grande, até me emociono, eu gosto muito desta casa e, para mim, é uma honra fixar nas montanhas de Minas a bandeira da Unimar”, finaliza.