Crise após execução derruba comandante da PM
A Polícia Militar de São Paulo transferiu para uma unidade em Pirituba, na periferia da Capital, o tenente-coronel Ézio Carlos Vieira de Melo, que comandava o 31º Batalhão da PM em Ourinhos (distante 94 quilômetros de Marília). Outro oficial da cidade também foi transferido.
A troca de comandante acontece em meio a uma crise, instalada em Ourinhos após a execução de um homem desarmado, que não oferecia resistência à ação policial. Imagens registraram detalhes da ação brutal e outros dois policiais acabaram presos, em uma investigação de homicídio.
Flagrados pela câmera de segurança de uma casa, o subtenente Alexandre David Zanete, 49 anos, e o cabo João Paula Herrera de Campos, 37, são alvos de inquérito que apura ainda porte ilegal da arma que foi “plantada” no cenário da execução e a origem do armamento.
As investigações também buscam revelar se houve adulteração da cena e eventual obstrução ao trabalho de apuração do ocorrido.
A transferência do comandante – por conveniência do serviço – foi publicada na edição desta quarta-feira (29) do Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOE-SP), por meio de resolução assinada na véspera, exatamente uma semana após as prisões dos autores da execução.
Já nesta quinta-feira (30), o Comando-Geral da PM publicou portaria que transfere – também por conveniência do serviço – o capitão Lucas Viol Franciscon, para o batalhão de Avaré.
No mesmo ato, o capitão Gilberto Antônio de Oliveira, que estava em Avaré, assume posto em Ourinhos.
O Marília Notícia questionou o Comando da Polícia Militar, em São Paulo, sobre o motivo das remoções e a designação de novo comandante. Até a publicação desta reportagem, a instituição ainda não havia se manifestado.
RELEMBRE O CASO
Imagens do circuito de segurança de uma casa registraram o momento em que dois policiais militares atiraram contra Murilo Henrique Junqueira, de 26 anos. O crime aconteceu na segunda-feira (20).
No vídeo, os PMs João Paulo Herrera de Campos, de 37 anos, e Alexandre David Zanete, 49, atiram contra o rapaz que já tinha se rendido, com as mãos na cabeça.
Os militares foram presos temporariamente na terça-feira (21) e levados ao presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.
A PM enviou uma nota ao MN na qual informou que “o Comando local iniciou as investigações sobre o fato imediatamente e, com base nas provas colhidas, representou pela prisão preventiva ao Tribunal de Justiça Militar dos policiais militares envolvidos na ação”.
Veja o vídeo que baseou a investigação: