Cresce número de acidentes domésticos com crianças de até 12 anos na região de Marília
A região de Marília teve aumento nos atendimentos ambulatoriais por acidentes domésticos envolvendo crianças no ano de 2023. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), com informações de janeiro a outubro.
De acordo com os dados da SES, na área de abrangência do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília, foram 179 atendimentos ambulatoriais e 88 por queda em menores de 12 anos, um total de 267 ocorrências. Em todo o ano de 2022, tinham sido registrados 98 atendimentos ambulatoriais e 96 internações por queda ou 194 anotações. A alta verificada no total de registros no período analisado foi de 37,6%.
Já em relação às queimaduras, em 2023, entre janeiro e outubro, não foi registrado nenhum atendimento ambulatorial e duas internações. No ano anterior foram registrados dois atendimentos ambulatoriais e três internações.
Sobre afogamentos, foi registrada uma internação e nenhum atendimento em ambulatório no período divulgado de 2023. Para casos de intoxicação foram registrados quatro atendimentos ambulatoriais e três internações.
Em 2022, para afogamentos não foram registrados nem atendimentos e nem internações. Sobre casos de intoxicação, foram registrados 16 atendimentos ambulatoriais e nenhuma internação.
SÃO PAULO
O Estado de São Paulo teve um aumento de 84,5% nos atendimentos e internações de crianças menores de 12 anos causados por afogamentos, quedas, queimaduras e intoxicação acidental por exposição de substâncias nocivas, ocorridos em residências no período de férias escolares, nos meses de janeiro e julho de 2023, período de férias escolares. Foram 969 neste ano, contra 525 no mesmo período de 2022.
Além disso, os meses de dezembro, em 2022, e julho, em 2023, foram os que mais registraram atendimentos ambulatoriais e hospitalizações de menores de 12 anos em decorrência de acidentes domésticos desta natureza, com 403 e 508 ocorrências, respectivamente.
Os dados consideram atendimentos realizados em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do Estado de São Paulo, incluindo unidades municipais, estaduais, federais, filantrópicas e privadas que possuem convênio com o SUS.
O período em que os pequenos passam mais tempo em casa exige atenção redobrada dos pais e responsáveis. Isto porque os acidentes domésticos podem, muitas vezes, ser evitados.
“Hoje, o uso de telas, principalmente celulares, gera uma maior desatenção dos responsáveis e, consequentemente, acontecem os acidentes. É naquele segundo de distração que os acidentes domésticos ocorrem”, alerta a pediatra Silvana Grotteria, responsável pelo setor de emergência do Hospital Infantil Darcy Vargas.
QUEDAS
Até outubro deste ano, dentre os 4,2 mil procedimentos clínicos e internações de crianças por acidentes domésticos, os tombos lideram disparadamente o ranking, sendo o motivo de 4,1 mil atendimentos.
“Em casos de traumas graves e quedas de grandes alturas os pais devem levar os filhos ao pronto-socorro, ou se a criança apresentar sinais de alerta, como dores de cabeça, náuseas, vômitos ou alteração no nível de consciência”, orienta a pediatra Silvana Grotteria.
AFOGAMENTOS
Em 2023, as internações por afogamento chegaram a triplicar em meses de férias ou calor intenso. Janeiro, julho e outubro, por exemplo, registraram três casos cada, o equivalente a 64,2% das 14 hospitalizações ocorridas nos primeiros dez meses do ano.
“Diante de um afogamento é preciso retirar a criança da água e ligar para o serviço de emergência. Se a vítima estiver consciente, a recomendação é mantê-la aquecida e deitada de lado até a chegada do socorro. Caso esteja inconsciente, a recomendação é colocar o corpo sobre uma superfície rígida e iniciar as compressões cardíacas até a chegada da ambulância”, informa a médica.
QUEIMADURAS
Também em meses de férias houve aumento de internações por queimaduras no estado, sendo quatro em janeiro e quatro em julho – os maiores números mensais deste ano. De janeiro a outubro, foram 19 internações por este motivo.
De acordo com a pediatra, as queimaduras de 1º grau são as mais leves e costumam causar só vermelhidão; as de 2º grau geram bolhas, enquanto as de 3º grau são mais graves e acometem camadas mais profundas da pele, podendo atingir vasos, nervos e músculos.
Em caso de queimadura, a primeira atitude deve ser afastar a criança da fonte de calor e resfriar a pele com água corrente, da torneira ou ducha imediatamente, independentemente do grau da lesão.
“O atendimento inicial para queimaduras de 1º e 2º grau é sempre lavar toda a região de forma abundante e cobrir com gaze ou pano limpo umedecido. Produtos caseiros como manteiga, pasta de dente ou pó de café não devem ser usados. As bolhas também não podem ser rompidas, pois isso aumenta o risco de infecção. Quando ocorrem queimaduras mais profundas, o atendimento médico de urgência deve ser chamado, e o paciente atendido o mais rápido possível”, finaliza a especialista.
ORIENTAÇÕES
• Não deixar bebês e crianças sozinhos.
• Instalar grades ou tela de proteção em berços, escadas e janelas.
• Redobrar a atenção em brincadeiras realizadas em locais molhados.
• Utilizar equipamentos de proteção em brinquedos como bicicletas, triciclos, patinetes e skates.
• Evitar acessos de crianças a locais que possam oferecer riscos, como cozinhas e lavanderias.
• Manter bebês e crianças afastados de substâncias inflamáveis.
• Proteger tomadas e instalações elétricas da residência.
• Utilizar protetor solar e evitar exposição ao sol entre 10h e 16h.
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