Corregedoria apura uso do Daem para mineração de criptomoedas
Portaria publicada na edição do Diário Oficial do Município de Marília (Domm) desta última sexta-feira (14), traz a abertura de um processo administrativo contra um servidor do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem), acusado de usar a estrutura pública da autarquia para a mineração de criptomoedas.
De acordo com o documento assinado pela corregedora geral do município, Valquíria Galo Febrônio Alves, o objetivo é apurar a denúncia de possível falta disciplinar por parte do trabalhador, que inclusive teria feito obras na sala do Departamento, para instalação de equipamento, a fim de otimizar a mineração.
A queixa apresentada junto ao setor de Recursos Humanos do Daem aponta que o acusado faz a prática paralela à atividade de trabalho.
“Ele faz isso na sala em que exerce suas funções, de forma ininterrupta, inclusive durante o horário de expediente, utilizando-se da energia do Daem para seus equipamentos particulares, que incluem placa de vídeo, computador e ar-condicionado portátil, que permanecia voltado para os demais aparelhos utilizados na ‘mineração’ para resfriá-los”, diz trecho da denúncia.
Portaria, que inclui intervenção irregular na estrutura do prédio e furto de energia elétrica, aponta que “há fortes indícios, com provas fotográficas e documentais de que o servidor estava realizando mineração de criptomoedas durante o expediente, às custas do Daem, utilizando energia da autarquia e se enriquecendo ilicitamente”, diz.
Documento aponta que a investigação, além da gravação de imagens sobre funcionamento do sistema, inclui orientação técnica de uma empresa terceirizada.
“Esse processo é conhecido por consumir muita energia, já que o computador funciona próximo de seu limite por 24h/d (horas por dia) ininterruptas, e é remunerado em bitcoins normalmente, moeda virtual que valorizou cerca de 150% no ano de 2021 (até o momento)”, reitera a publicação.
Caso seja identificada a ilegalidade, o Daem requer que o documento seja encaminhado ao Ministério Público (MP), a fim de que o acusado seja enquadrado no crime de furto de energia elétrica.