Copos plásticos da São Silvestre vão virar mesas em escolas
A 97ª edição da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, que acontece anualmente no dia 31 de dezembro, na capital paulista, será mais uma vez marcada por uma nova ação sustentável. Os copos plásticos com água a serem distribuídos aos 32 mil participantes serão reciclados e transformados em mesas e cadeiras que serão doadas para escolas em São Paulo. A iniciativa é o resultado de uma parceria do Movimento Plástico Transforma com a Fundação Cásper Líbero e a Yescom. A iniciativa nasceu em algumas edições passadas e ganhou espaço em outras provas.
Este é o terceiro ano da ação. Ao longo dos 15 km de percurso da corrida, serão distribuídos aos participantes cerca de 500 mil copos plásticos que, após o consumo da água, são descartados nas vias. Uma equipe contratada pelo Movimento coletará as embalagens, que serão transportadas até uma unidade de reciclagem, onde ocorrerá a fabricação da matéria-prima plástica transformada e que, posteriormente, dará origem a novos produtos
A iniciativa almeja atingir a marca de resíduo zero de material plástico, ou seja, nenhum copo sendo transportado aos aterros sanitários. Um dos objetivos é promover a destinação adequada dos plásticos gerados durante o evento, além da conscientização do público. Com cerca de 32 mil inscritos na São Silvestre deste ano, o fornecimento de água se faz essencial para a hidratação dos atletas e a embalagem plástica é a mais apropriada para o corredor ingerir o líquido de forma rápida e segura.
O plástico é um material versátil, o que facilita a possibilidade de sua transformação em ampla variedade de itens. “A ação na São Silvestre tem como objetivo mostrar à sociedade os benefícios que podem ser obtidos com a reciclagem, que por sua vez se torna eficaz quando as pessoas contribuem, realizando o descarte de seus resíduos de forma correta. Além disso, queremos reforçar a importância da reutilização dos materiais e como a economia circular é benéfica para toda a cadeia”, explica Mariana Cardoso, do Movimento Plástico Transforma.
Em 2021, a ação transformou os copos plásticos coletados e reciclados em 1.200 caixas organizadoras que beneficiaram aproximadamente 6.700 alunos de escolas públicas de São Paulo. Já em 2019, as embalagens foram transformadas em 1.800 lixeiras, doadas para escolas públicas das cidades de Jaguariúna e São Carlos, no interior do Estado.
Criado em 2016, o Movimento Plástico Transforma tem como objetivo promover conteúdo e ações educativas que demonstram que o plástico, aliado à tecnologia, à criatividade e à responsabilidade, traz inúmeras possibilidades para os mais diferentes segmentos. O Movimento é responsável por diversos projetos e já impactou mais de 200 mil pessoas com suas atividades. A iniciativa é uma ação do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) – fruto da parceria entre a?ABIPLAST?e a Braskem.
A TRADICIONAL SÃO SILVESTRE
Idealizada pelo jornalista Cásper Líbero e inspirada na maratona de Paris, a primeira corrida de São Silvestre foi realizada na noite de 31 de dezembro de 1925. A edição teve cerca de 60 inscritos, mas apenas 48 atletas competiram. A largada aconteceu em frente ao Parque do Trianon e foi acompanhada com grande animação pelo público. O primeiro vencedor da prova foi Alfredo Gomes, corredor apelidado de Rei do Fôlego.
Inicialmente, a prova era aberta apenas para competidores homens e brasileiros. Só em 1945 os primeiros atletas estrangeiros – um chileno e um uruguaio – estrearam na competição. Em 1975 foi criada a prova feminina e desde então a participação feminina tem crescido na São Silvestre. É uma mulher a detentora do maior número de vitórias da competição. A portuguesa Rosa Mota venceu a corrida seis vezes. Depois dela, o 2º maior vencedor é o queniano Paul Tergat, com cinco vitórias.
Foi na década de 1980 que a corrida começou a ser televisionada e passou a ser realizada à tarde, até então ela era à noite. A prova teve seu horário alterado para a manhã em 2000. Ao longo dos seus 96 anos de existência, a corrida que cruza tradicionais ruas do centro de São Paulo e é a mais tradicional prova do calendário esportivo nacional, foi suspensa apenas uma vez, em 2020, devido à pandemia de covid-19.