Construtora de Marília é investigada em caso de corrupção
A construtora Sancarlo, de Marília, foi um dos alvos da Operação João de Barro, deflagrada na última terça-feira (17) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.
A ação foi desencadeada para investigar suposto desvio de dinheiro público da Companhia de Habitação Popular (Cohab) de Bauru, além dos crimes constituição e participação em organização criminosa, lavagem de capitais e outros.
O Marília Notícia obteve junto ao Ministério Público os nomes das construtoras que são investigadas. Além da Sancarlo, de Marília, também foram alvos de buscas a LR e Jakef, de Bauru, e a GCE, de Brasília.
De acordo com a nota enviada pelo MP, alguns detalhes não não podem ser divulgados por conta do sigilo da investigação.
“Não houve pedidos de prisão na operação, o Gaeco ainda está analisando o material apreendido para eventualmente fazer os pedidos. Todas as movimentações financeiras possivelmente irregulares de todos os envolvidos serão analisadas. As construtoras envolvidas são: Sancarlo, de Marília, GCE, de Brasília, LR e Jakef, de Bauru”, diz o comunicado.
Agentes cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em endereços de Bauru (10), Arealva (1), Marília (2) e Brasília (1). Entre os alvos das medidas estavam residência de representantes da Cohab Bauru, a sede da Companhia e também endereços das construtoras e de seus sócios. As ordens foram expedidas pela 4ª Vara Criminal de Bauru.
Em Marília, segundo o MP os alvos foram a Sancarlo e um representante dela. Não foram divulgados detalhes do suposto envolvimento da construtora mariliense no esquema.
Cerca de R$ 1,6 milhão foram apreendidos na casa do presidente da Cohab de Bauru, Edson Gasparini Júnior, durante as buscas. Ele solicitou afastamento da empresa estatal.
A prefeitura de Bauru anunciou no fim da tarde desta quarta-feira (18) que o ex-vereador Arildo Lima Júnior será o novo presidente da Cohab. A decisão foi tomada após reunião do Conselho de Administração realizada na sede da empresa.
Segundo o Gaeco, a apuração teve início em janeiro deste ano e analisou quatro acordos firmados pela Cohab Bauru junto a construtoras no âmbito de processos judiciais. Além disso, o patrimônio dos investigados ligados à Companhia também foi analisado.
A investigação identificou algumas condutas suspeitas: doação de imóvel milionário em quitação de uma dívida que representava em torno de 10% do valor do bem; realização de acordos à revelia dos advogados contratados para a causa; pagamentos antecipados, antes mesmo da formalização de acordos, e sem comunicação do Juízo; e omissão deliberada na compensação da dívida que duas dessas construtoras tinham com a Cohab.
Em um dos casos, a Cohab devia uma nota promissória no valor de R$ 198 mil a uma das empresas, mas a dívida foi quitada com um imóvel avaliado em quase R$ 2 milhões.
Outro lado
O MN tentou contato com a Sancarlo Engenharia, mas não conseguiu. O espaço segue aberto para a manifestação da construtora.