Conselho apura compra suspeita de tablets na Saúde
O Comus (Conselho Municipal da Saúde) postergou a aprovação das contas de setembro da Secretaria da Saúde do Município e pede explicações devido a uma compra suspeita envolvendo o ex-secretário da pasta e vereador mais votado para o próximo mandato na Câmara, Danilo Bigeschi (PSB) e seus familiares.
A Prefeitura gastou cerca de R$ 1 milhão na compra de 450 tablets para agentes de campo da rede básica – cerca de R$ 2.350 cada equipamento – em 8 de setembro. A empresa que vendeu se chama Kao Sistemas de Telecomunicação.
A reunião do Comus aconteceu na última quarta-feira (26) e integrantes afirmaram ao Marília Notícia que o valor de mercado dos aparelhos é de aproximadamente R$ 1.200 – quase metade do valor pago.
Além disso, os conselheiros estranharam o pagamento à vista da compra, haja vista a dificuldade financeira pela qual a Saúde passa, inclusive com atrasos nos salários de servidores.
EMPRESA E FAMÍLIA
Outro ponto que chama a atenção na aquisição feita pelo poder público veio à tona em reportagem publicada na edição desta sexta-feira (28) no Jornal da Manhã.
O periódico associou um dos proprietários da empresa que fez a venda dos tablets, Fauzi Fakhouri Júnior, a Danilo Bigeschi. De acordo com o jornal, Fauzi é cunhado de Bigeschi. O dono da empresa seria irmão de Ana Paula Fakhouri Bigeschi, esposa do ex-secretário.
Bigeschi e Ana Paula são servidores de carreira da pasta da Saúde.
O jornal afirma ainda que na sede da empresa que vendeu os equipamentos, na rua 15 de novembro, um funcionário disse à reportagem que eles não comercializam esse tipo de mercadoria. Na fachada do local também não existe identificação da empresa.
Ao MN membros do Comus disseram que na época da licitação para a compra dos produtos, Danilo era o secretário da Saúde.
OUTRO LADO
A reportagem do MN tentou falar com Bigeschi, sem sucesso. Também foi procurado o atual secretário da Saúde, Hélio Benetti, mas não houve resposta.
Questionamentos foram enviados para a assessoria de imprensa da administração municipal se manifestar, assim como para o setor de comunicação estratégica da pasta da Saúde, mas ainda não houve retorno.