Condenado na Lava Jato, João Cláudio Genu se entrega
O ex-assessor do Partido Progressista (PP) João Cláudio Genu, condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no âmbito da Operação Lava Jato, se entregou à Polícia Federal em Brasília nesta segunda-feira, 21.
Após o último apelo negado a Genu em segunda instância, a juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal do Paraná, expediu mandado de prisão na sexta-feira, 18. A defesa, no entanto, teve pedido acolhido, posteriormente, pela magistrada, para que ele pudesse se entregar em Brasília, até segunda-feira.
Nesta ação, o Ministério Público Federal denunciou Genu, que foi assessor do deputado federal José Mohamad Janene (morto em 2010) e do Partido Progressista, por participação nos crimes de corrupção em contratos da Petrobras, “sendo beneficiário de parte da propina dirigida à Diretoria de Abastecimento da estatal que, em parte, repassava aos agentes do Partido Progressista”.
“Em síntese, João Claudio de Carvalho Genu, na qualidade de auxiliar do ex-Deputado Federal José Mohamad Janene e depois de Paulo Roberto Costa, teria intermediado o recebimento de propinas e recebido ele próprio cerca de três milhões e cento e vinte mil reais, decorrentes do esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Já Rafael Ângulo Lopez teria intermediado o pagamento de propinas a João Cláudio de Carvalho Genu no referido esquema criminoso no valor aproximado de R$ 463 000,00”, resume a juíza.
A Operação Lava Jato sustenta que Janene foi o mentor do grande esquema de propinas e cartel instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, a partir do domínio da Diretoria de Abastecimento com a indicação do engenheiro Paulo Roberto Costa para o cargo.
De acordo com a denúncia, quando Janene era vivo, Genu ficava com 5% da propina e, após a morte do então deputado, o valor passou para 30%, que era dividido com Youssef.
Entre 2007 e 2013, a força-tarefa da Operação Lava Jato identificou repasses de R$ 4,3 milhões, 125 mil euros e US$ 390 mil em propinas para Genu. Ele também foi condenado a reparar o dano causado à Petrobras e terá que pagar R$ 3,12 milhões.