Concurso não cobre déficit de policiais civis, diz Sincopol
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou a autorização para a abertura de 2.750 vagas em sete concursos públicos para a Polícia Civil no começo do mês de novembro, no entanto o Sincopol (Sindicato Regional dos Policiais Civis do Centroeste Paulista) alerta que as vagas não são suficientes para acabar com o déficit de policiais nas delegacias do Estado de São Paulo.
Os processos, de acordo com as informações oficiais, selecionarão 250 delegados, 800 escrivães, 600 investigadores, 200 papiloscopistas, 300 agentes de telecomunicação, 400 agentes policiais e 200 auxiliares de papiloscopistas. No entanto, ainda não foi divulgado quando o edital será publicado.
Para o presidente da entidade sindical, Celso José Pereira, em todo o Estado faltam no mínimo três vezes mais policiais do que o anunciado para a situação ser considerada adequada. O resultado é o acumulo de trabalho, precarização das condições de labor, aumento da pressão – com implicações físicas e psicológicas.
“Faltam entre 7,5 mil e 10 mil policiais civis em todo o Estado. Somente na nossa área de abrangência faltam cerca de 300 investigadores, escrivães, agentes e todas as outras funções. Por aqui estamos trabalhando com menos da metade do pessoal necessário”, afirma Celso.
O Sincopol atua na região das Delegacias Seccionais de Marília, Assis, Tupã e Ourinhos – onde estão englobadas 45 cidades e já contou com aproximadamente 700 vagas para policiais civis ocupadas. Recentemente, o governando anunciou a formação de 588 quadros, mas apenas uma nomeação foi feita para a área de abrangência do sindicato.
Nos últimos dias, além de assinar autorização para a abertura de concurso para a Polícia Civil, o governando também nomeou os últimos 1.240 concursados que aguardavam desde 2013, quando foi feita a última seleção para a instituição. Eles ainda precisam passar por formação na Acadepol.
Em passagem recente por Marília Alckmin já havia antecipado que tomaria a medida ao ser questionado pela assessoria de imprensa do Sincopol. No entanto, o chefe do Executivo estadual não esclareceu quantos policiais, desta vez, seriam destinados para Marília. “Quem decide não é o governador”, disse ele, jogando a ‘bomba’ para a cúpula da Polícia Civil.
Além da falta de pessoal excesso de trabalho, os policiais civis sofrem com a falta de reajuste salarial desde agosto de 2014. A inflação no período já corroeu aproximadamente 25% do salário.
Dados obtidos pela entidade também mostram que as cidades abrangidas pela Delegacia Seccional de Polícia de Marília registraram 21 afastamentos de policiais civis por problemas psicológicos apenas no primeiro semestre de 2017. Antes disso, no período de cinco anos anteriores haviam sido 55 afastamentos.
Outras Seccionais de Polícia abrangidas pelo Sincopol, como Assis e Ourinhos também têm registrado números significativos de afastamentos por questões psíquicas nos últimos cinco anos. Nas cidades da Seccional Assis, foram 19. Na Seccional Ourinhos, 28.