Comus fiscaliza postos de saúde de Marília e aponta precariedade
Membros do Conselho Municipal de Saúde de Marília (Comus) visitaram mais de 10 postos de saúde nos últimos meses e encontraram diversos problemas.
Nesses locais a população quase sempre tem seu primeiro contato para resolver questões de saúde. São oferecidos atendimentos com clínicos gerais, pediatras, ginecologistas, além de outras especialidades médicas e também odontologia.
Problemas de infraestrutura, instalações precárias em alguns casos, demora para atendimento e longas filas para conseguir agendamento foram alguns dos pontos observados pelo Comus.
A reportagem do Marília Notícia esteve nesta terça-feira (9) em duas Unidades Básicas de Saúde – Alto Cafezal e Chico Mendes – para conversar com a população que utiliza os dispositivos.
Na parte de infraestrutura a equipe do site identificou infiltrações, falta de trinco em banheiro feminino (segundo paciente), bebedouros quebrados e falta de lugar adequado para espera (mães segurando os filhos no colo de pé).
Uma cratera na calçada, bem em frente da rampa de acessibilidade para cadeirantes, chamou a atenção.
Também foi verificada uma placa de controle da equipe de plantão e especialidades médicas oferecidas sem preenchimento.
De acordo com membros do Comus, as UBSs visitadas pelo MN são duas das mais precárias, mas existem outras que também precisam de atenção urgente. Planalto, Santa Antonieta, Marajó, Santa Paula e Cascata estariam entre elas.
A velha queixa das longas filas antes das 7h para conseguir atendimento continua uma das principais fontes de insatisfação dos pacientes.
Relatos
A trabalhadora Claudineia Monteiro de Souza, 45 anos, estava na UBS Chico Mendes durante a manhã desta terça-feira. Ela elogia o atendimento da equipe, mas afirma que poderiam estar disponíveis mais médicos.
“O horário de atendimento da farmácia também tinha que ser estendido. Só entregam remédio até 13h. Depois só no Centro da cidade”, afirma a mulher.
Ali a reportagem encontrou os dois bebedouros disponíveis quebrados e a tabela com informações com a equipe em atuação não estava preenchida.
O funileiro André dos santos, 30 anos, foi até o local levar sua filha de um ano para atendimento com pediatra e reclamou da demora.
“O pessoal vem aí e fica duas ou três horas na fila para ser atendido, quando é atendido. Tem um limite diário. As crianças ficam aí e tem vezes que nem pediatra tem”, comenta.
A reclamação da emprega doméstica Aparecida Batista Teixeira, 34 anos, vai no mesmo sentido. Ela, no entanto, conseguiu que sua filha de 11 meses passasse por atendimento desta vez.
“Cheguei 6h30, mas teve gente que chegou depois e teve que ir embora porque não tinha mais vaga hoje. Eu preciso agendar ginecologista e faz dois meses que não consigo. E não adianta tentar por telefone, tem que vir aqui”, diz a mulher.
Ela conta que quando estava grávida demorou vários meses para conseguir ser examinada. “Agora é minha sobrinha. Está esperando há quatro meses para fazer o pré-natal. Já está no sétimo mês de gestação”, afirma Aparecida.
Já na UBS Alto Cafezal chama a atenção a situação do prédio, com infiltrações nos tetos e paredes, além de ausência de locais adequados para a população aguardar. Mães seguravam seus filhos de pé no colo enquanto aguardavam.
A secretária Cláudia Plete, 49 anos, conta ter sido atendida até que rapidamente por um mastologista, mas reclamou justamente da infraestrutura.
“Muita gente de pé, sem acomodação. O prédio precisa de reforma. O banheiro não tem nem trinco”, reclama.
Outro lado
A reportagem do MN procurou a assessoria de imprensa do município para comentar a situação, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.