Como a alimentação age no tratamento e controle da endometriose?
A endometriose é uma doença ginecológica crônica, presente em mulheres de idade fértil. A fisiopatologia da doença envolve o crescimento do endométrio em outros locais, esse é o principal causador dos sintomas que incluem, dor intensa e menstruações prolongadas, além de uma inflamação local ou, dependendo da gravidade, sistêmica.
Nesse viés podemos perceber a necessidade de um tratamento adequado, não só em momentos de crise, mas também preventivo.
Uma alimentação saudável é fundamental em todas as etapas da vida e para todas as pessoas, mas dentro do contexto da endometriose, ela pode ser a peça-chave para a prevenção de focos.
O principal objetivo da dieta no tratamento dessa doença é diminuir a inflamação provocada pelo crescimento endometrial desordenado e há alguns alimentos em específico que podem auxiliar nesse processo anti-inflamatório.
A cúrcuma ou açafrão-da-terra é uma raiz de coloração amarela, na maioria das vezes comercializada em pó, ela possui a curcumina que é um poderoso anti-inflamatório, responsável por inibir a síntese de COX-2, uma enzima que sintetiza prostaglandinas estas são substâncias que realizam a inflamação local.
O ômega-3 foi provado ser um grande aliado à endometriose, estudos demonstram que a sua suplementação de forma prolongada diminui os índices de inflamação e as dores durante o período menstrual.
A vitamina D também assume importante papel, a grande maioria das mulheres com endometriose possuem níveis mais baixos dessa vitamina e podem se beneficiar da suplementação, ela melhora o humor, a síntese hormonal e diminui a fadiga, alguns estudos aparecem com resultados promissores para a diminuição das dores.
A vitamina C é um poderoso antioxidante e consequentemente acaba atuando na inflamação também, a quantidade é fácil de ser atingida com o consumo de frutas e legumes.
Evitar alimentos que pioram as inflamações, como por exemplo, as carnes bovinas, alimentos com lactose e glúten, alimentos industrializados, farinhas refinadas, também é de suma importância.
Podemos concluir que a suplementação deve estar aliada a uma boa e equilibrada alimentação, e que temos sim compostos que associados a um estilo de vida saudável se tornam fundamentais no tratamento não medicamentoso da endometriose.
É importante lembrar que a prática de atividade física também possui um efeito anti-inflamatório, devendo ser algo que seja coadjuvante na prevenção da formação de novos focos.
Mais informações podem ser obtidas no Instituto InMulti, na rua Carlos Botelho, 703, ou pelos telefones (14) 3433-6198 ou (14) 9 9162-7550.
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Natália Figueiredo é nutricionista especialista em nutrição clínica e saúde da mulher (CRN-SP 58451)