‘Comigo o hospital São Lucas não fechará’, afirma candidata Deyse Serapião
O Marília Notícia iniciou sua série de entrevistas com os candidatos a prefeito de algumas cidades da região. Desta vez, a entrevistada foi Deyse Serapião (PSD), que concorre à Prefeitura de Garça.
A entrevista terá perguntas semelhantes aos demais candidatos que concorrem ao posto do Executivo e aborda temas como educação, saúde, mobilidade urbana, habitação, assistência social, funcionalismo público, entre outros setores da administração pública.
Deyse compartilhou suas propostas e planos para transformar a cidade, caso seja eleita. A seguir, os principais pontos abordados na entrevista:
Marília Notícia: Conforme o Ranking de Eficiência dos Municípios 2024, apenas 47,74% das crianças de 0 a 3 anos em Garça estão matriculadas em creches, o que significa que mais da metade delas ainda não tem acesso a esse serviço. Como você pretende mudar essa realidade?
Deyse: Atualmente há uma demanda dessa faixa etária que será resolvida com a ampliação dos prédios dos Núcleos de Educação Infantil Camila C. N. Campos e Karina L. Chiquini, cujas obras serão inauguradas no próximo dia 26. Como há uma constante preocupação nossa para que todas as crianças possam ser atendidas, também será inaugurada o N.E.I. Adriana Rebustini de Almeida da Silva, no bairro Labienópolis, além das obras de adequações do prédio onde funcionava a escola Nely Carboniéri, em vila Rebelo, que igualmente receberá um núcleo. Acreditamos serem as atitudes mais assertivas no momento, que vão beneficiar dezenas de famílias.
MN: Conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Garça não atingiu a meta determinada pelo Ministério da Educação. No Ensino Fundamental I, que representa a rede municipal do 1º ao 5º ano, a cidade teve 6,4 em 2023, acima da marca de 2021, quando atingiu 6,0, porém bem abaixo do estabelecido de 7,0. Como melhorar esse índice?
Deyse: Primeiro, temos que fazer uma correção necessária: não são os alunos de 1º ao 5º ano que participaram da prova do Ideb, mas sim, apenas aqueles do 2º e 5º ano. A média de Garça foi muito comemorada, por se tratar da maior de toda a história (desde 2005). Valorizamos muito o índice de 6,4, pois o mesmo é maior do que o da Região Sudeste, do Estado de São Paulo e do Brasil inteiro. A evolução tem sido constante e, com os investimentos feitos nas escolas e a capacitação ininterrupta de nossos mestres, temos certeza que continuaremos a subir. E muito!
MN: Ainda segundo o ranking de eficiência, a cidade está abaixo da pontuação média nacional em relação à receita. Como você pretende trabalhar o tema, atrair novos investimentos para Garça e, ao mesmo tempo, gerar mais oportunidades de renda para os moradores?
Deyse: Já temos liberadas as construções das empresas que vão ocupar o novo distrito empresarial, às margens da SP-294. Garça, como um dois maiores polos tecnológicos do Brasil, já conta com 30 indústrias em condições de ocupar aquele espaço, gerando renda e centenas de postos de trabalho. E temos certeza que muitas mais virão, devido à nossa privilegiada localização geográfica. A economia garcense vai muito bem, obrigada. Sem dizer que será inaugurada em breve uma escola do SENAI aqui mesmo, em prédio próprio cedido pela Prefeitura, que oferecerá cursos de diversas áreas, ou seja, capacitando muitos garcenses para o mercado de trabalho. É Garça sempre gerando riquezas para a sua gente!
MN: Sobre saúde, quais são as suas propostas para o tema e em qual fase do seu mandato você pretende implementar essas medidas, caso seja eleito?
Deyse: A saúde é prioritária. Como ex-secretária que esteve à frente da pasta durante a pandemia, não deixarei de colocar em prática as nossas ideias. A primeira ação é um compromisso público: comigo, o hospital São Lucas não fechará. Nunca cortarei convênio ou qualquer tipo de subvenção. Vamos continuar investindo muito mais. Estamos adequando um espaço onde funcionará a hemodiálise, fazendo que os garcenses não precisem mais se deslocar para outra cidade para o tratamento. A fisioterapia ganhará um local mais amplo e vamos instalar também um banco de sangue no HSL. Vamos expandir a entrega dos remédios com mais duas farmácias, estrategicamente localizadas pela cidade. São muitas coisas que fizemos, como a instalação dos 10 leitos de U.T.I., mas que, certamente, vamos continuar a fazer, a todo movimento, pois não há `época´ ou `fase´ pra isso. Saúde é a todo instante.
MN: Sobre habitação, quais são as suas propostas para o tema e em qual fase do seu mandato você pretende implementar essas medidas, caso seja eleito?
Deyse: Na habitação é muito simples: sempre batermos às portas do Governo do Estado e da CDHU. Aliás o último conjunto habitacional trazido para Garça foi através de gestões da atual Administração, o bairro João Serapião. Temos um projeto em fase de aprovação para quase cinco dezenas de moradias em Jafa e um planejamento para dois prédios no bairro Guanabara, proximidades do Jardim Paulista. Transpiração não nos faltará para alcançarmos nossos objetivos até que venhamos a conquistar moradias para quem mais precisa. Muito trabalho à vista.
MN: O pós-pandemia foi cruel para muitas famílias. Algumas, inclusive, ainda não conseguiram se recuperar das adversidades. O aumento do número de pessoas em situação de vulnerabilidade é uma realidade. Como trabalhar para promover uma recuperação digna?
Deyse: Antes de ser secretária de Saúde, também fui da Assistência Social, de onde saí para enfrentar a pandemia. Esse ponto citado é uma realidade. Temos que enfrentá-lo e não fugir do problema. Implantamos um projeto que preza pela dignidade das pessoas, chamado de `Reconstruindo Vidas´. Hoje temos uma política pública que valoriza os atendimentos aos mais necessitados. E não é só cesta básica. Tem uma estrutura por trás. Em minhas caminhadas por Garça, sou muito cumprimentada ainda pela atuação na Assistência Social e não apenas na Saúde. Sinal de reconhecimento e que fiz coisas boas para a população. Por isso, o segmento também é prioritário pra mim, principalmente pelo envolvimento com as pessoas mais vulneráveis.
MN: Sobre infraestrutura urbana, quais são as propostas estruturais? Pretende fazer a implantação de novos serviços, com instalações diferentes? Quais?
Deyse: A infraestrutura de uma cidade é tudo. Mesmo ocorrendo um programa de recapeamento asfáltico que atingiu mais de 200 vias públicas, totalizando cerca de 500 mil m², ainda falta para chegarmos a alguns locais. E vamos fazer isso. É compromisso. Porém, um projeto que temos, que já mereceu até aprovação do Governo é um segundo poço profundo com captação de água do Aquífero Guarani. Graças ao primeiro, é que conseguimos enfrentar esse período de seca severa. A captação da superfície já não suporta o consumo da população. Temos que procurar alternativas e já temos tudo engatilhado. Um investimento milionário que faremos em prol da população. Só temos que torcer que essas queimadas pela região que derrubaram postes e causaram falta de energia, cessem de uma vez. Sem energia não há captação. Sem captação não há água. É uma matemática bem simples.
MN: Os servidores públicos são conhecidos por serem o “calcanhar de Aquiles” das administrações municipais. Como prover um funcionário satisfeito para reflexo na melhoria do serviço prestado?
Deyse: Não há Prefeitura sem o funcionalismo. Temos que ter uma forte parceria, com muito respeito, diálogo e sem falsas promessas. Em Garça, tudo é feito com muito cuidado com o dinheiro público. Não pensamos apenas nos colaboradores da ativa, mas temos que nos concentrar também nos inativos. Nosso Instituto da Previdência, outrora tão sangrado, vive um melhor momento, porém ainda recebe repasses vultuosos que ao final de cada ano, chegam a milhões, que poderiam ser utilizados no próprio funcionalismo. É uma equação que impede promessas delirantes, como temos ouvido durante a campanha. Uma coisa é certa: a valorização do funcionalismo existirá, incluindo o vale-alimentação, que subiu cerca de 200% nos últimos anos e ainda está aquém do que realmente queremos. Se houvesse valorização anteriormente, certamente o vale não seria de R$ 400, mas seria com um valor maior. A progressão horizontal já foi implantada, um plano de carreira minuciosamente estudado, incluindo aí o SAAE, tem que virar realidade. E comigo vai acontecer. Agora não espere que eu prometa que haverá plano de saúde para todos os funcionários, incluindo os aposentados, dobrar o vale alimentação no primeiro mês, ou algo do tipo. Quem acreditar nisso, vai se decepcionar rapidamente.