Comércio teme queda de receita com reajuste da energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (21) um reajuste de até 63,7% nas bandeiras tarifárias, a partir do dia 1º de julho.
A única bandeira que não sofreu aumento foi a verde. Contudo, a amarela será reajustada em 59,5%, a vermelha patamar 2 em 3,2%, e a vermelha patamar 1 em 63,7%.
Para os comerciantes, o jeito é absorver o prejuízo. “A mercadoria já está subindo e, com a crise, está difícil de vender. Se a gente aumenta o preço para compensar o reajuste, fica pior ainda”, afirma o empresário Cláudio Amorim Batista, proprietário de um bar na zona Norte de Marília.
O comerciante possui três geladeiras no estabelecimento, e já chegou a pagar R$ 1 mil de energia. A conta representa até 40% de todas as despesas. “A sorte é que agora estando mais frio, abro menos a geladeira e o consumo fica menor. A situação está muito difícil”, avalia Cláudio.
BANHOS QUENTES PODEM ONERAR
O economista Eduardo Rino explica que as bandeiras funcionam como um semáforo e estipulam a “penalidade” para o aumento no consumo por parte do consumidor.
A bandeira verde, por exemplo, significa que o consumo ficou dentro do limite estipulado e, por essa razão, não há cobrança adicional. A partir da bandeira amarela, é cobrada uma taxa extra.
Novos valores:
- bandeira amarela – de R$ 1,874 para R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos;
- bandeira vermelha patamar 1 – de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
- bandeira vermelha patamar 2 – de R$ 9,492 para R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.
Rino para os cuidados para o consumidor não ser onerado com os reajustes. “Como o inverno chegou, o chuveiro vai estar mais aquecido, então, é preciso tomar um banho mais rápido para não mudar de bandeira. À medida que o consumidor começa a abusar do uso da energia, começa a mudar de faixa e ele é penalizado com o reajuste das bandeiras tarifárias”, conclui.