Comerciantes do Camelódromo contratam advogado e pedem prazo maior
Os comerciantes que trabalham no Camelódromo se reuniram, no final da tarde desta quarta-feira (5), para receber informações sobre os detalhes da ação que determina a interdição do local e a retirada de todas as lojas.
Os trabalhadores afirmaram que vão constituir um advogado no processo e pretendem solicitar mais tempo para a Justiça, a fim de que possam ser feitas as adequações necessárias para a liberação do comércio no local.
De acordo com o presidente da Associação dos Comerciantes do Terminal Rodoviário Urbano, Luis André Marques, atualmente são 180 boxes no Camelódromo, cujos proprietários não têm para onde ir.
A categoria se considera vítima da situação, uma vez que todas as adequações precisariam ter sido feitas pela Prefeitura de Marília.
“Vamos constituir um advogado e pedir mais prazo. Conversamos hoje e ele nos deu alguns nortes. Ficamos otimistas com a primeira conversa, pois ele explicou que somos vítimas. Não podemos ser penalizados por um erro da Prefeitura de Marília. Vamos entrar com o pedido de prazo maior”, conta o representante dos comerciantes.
Marques acredita que a informação que chegou para a juíza, sobre os problemas no Camelódromo de Marília, podem estar desatualizadas, uma vez que o projeto do local teria sido aprovado na última sexta-feira, dia 30 de junho, pelo Corpo de Bombeiros.
“A informação que a juíza recebeu, eu li por cima no processo, mas ela disse que um perito esteve aqui e teria encontrado as irregularidades. Queremos saber a data que ele esteve aqui, pois ele pode estar desatualizado”, diz Marques.
A possibilidade de saída do local, no Centro da cidade, com realocação em outro ponto, está descartada pelos comerciantes. Segundo Marques, se a Prefeitura de Marília fosse atender a determinação da Justiça, arrumando outro espaço para alocar os trabalhadores, também teria que fazer toda uma estrutura.
“Se mandarem a gente para outro lugar, a Prefeitura vai fazer toda a estrutura? Lá vai ter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)? É um projeto só para o Camelódromo e para o Terminal. Se interditarem a gente, por acaso também vão vai interditar o Terminal?”, questiona o comerciante.
Marques revelou ainda que podem até mesmo colocar dinheiro do bolso, em um rateio entre os comerciantes, para fazer as reformas necessárias e impedir o fechamento das lojas existentes no Camelódromo.
“Entendo que a Prefeitura já tem um direcionamento do que precisa ser feito, mas a gente entende também que tem coisas que já apareceram no outro projeto, que podem aparecer agora e se preciso for, vamos custear isso. Se precisarmos gastar, nós vamos gastar sim. Falaram que a situação está precária, mas não está. As bombas estão funcionando, temos um extintor dentro de cada box e alocados por todo o Camelódromo”, diz o representante.
O QUE A PREFEITURA DIZ
A Prefeitura de Marília, por intermédio da Diretoria de Comunicação, informou que “respeita a decisão da juíza Paula Jacqueline de Oliveira, magistrada da 1ª Vara Cível da Justiça de Marília, alusiva ao comércio popular no entorno do terminal rodoviário urbano”.
“Contudo, esclarece que, questões contidas nesta execução de título extrajudicial foram iniciadas em mandatos anteriores ao da atual gestão municipal. Ressalta que desde o primeiro ano do governo do atual prefeito Daniel Alonso – em 2017 – o município cooperou tanto com a Justiça Estadual, Ministério Público Estadual, quanto com os próprios comerciantes do Camelódromo na busca por soluções e no trabalho para cumprir as adequações, inclusive nas tratativas relacionadas à segurança, obras complementares, projetos técnicos ligados ao sistema elétrico, prevenção de incêndios, prevenção de acidentes, aperfeiçoamentos da estrutura, bem como no estabelecimento de rotas de fuga em casos de evacuação de emergência”.
A nota enviada ao MN continua afirmando que “ao contrário de gestões anteriores, o atual governo jamais negligenciou assuntos e demandas referentes ao centro de compras – popularmente chamado de ‘camelódromo’”.
“Inclusive contratou empresa especializada nos trâmites e processos para a obtenção do laudo dos bombeiros – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, o AVCB. Entretanto, não houve a preservação do que ficou determinado pelo projeto original para a estruturação do ‘camelódromo’ e este descumprimento – que inclusive é constatado em perícia judicial – não corresponde às ações realizadas pelo município, e sim desdobramentos de obras particulares desencadeadas por uma parcela dos comerciantes que atuam no centro popular de compras. O município comunica que nesta quarta-feira, dia 5 de julho de 2023, colocou-se à disposição da Associação dos Comerciantes do Terminal Rodoviário Urbano para esclarecer quaisquer dúvidas e fornecer dados e informações solicitadas pela entidade que representa o camelódromo”, finaliza o comunicado.