Marcos Rezende deve garantir harmonia entre os poderes
Com a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal definida, o perfil conciliador de Marcos Rezende (PSD) deve ser determinante para manter o equilíbrio entre Legislativo e Executivo em Marília. Mais que isso, deve pacificar questões internas da Casa.
Com os indicadores de avanço na pandemia, as ações dos dois Poderes podem minimizar o impacto da crise na vida da população.
Sob a fiscalização da Câmara – que tem a atribuição legal para tanto – Daniel Alonso (PSDB) deve ter um aliado para a tomada de decisões e cobrar o Estado e União, em necessidades locais. Já por outro lado, Rezende fortalece a imagem institucional da Casa e a autonomia, o que agrada seus pares.
“Essa presidência será mais madura. Com o tempo a gente vai aprendendo. Então, naturalmente, estarei muito mais perto dos vereadores, principalmente daqueles que, em primeira hora, acreditaram em nosso trabalho”, disse Rezende em entrevista ao Marília Notícia.
Ele reforçou que comandará a Câmara para garantir o espaço dos 13 legisladores. “A partir de agora sou presidente para todos. Tenho certeza que serão suficientemente maduros para compreender a responsabilidade que temos aqui no Legislativo, para estabelecer diálogo”, apaziguou.
É importante lembrar que o presidente do Legislativo, reeleito ao cargo no último dia 1º de janeiro, teve no terceiro mandato um papel de destaque em dois diferentes momentos.
De 2017 a 2018, como líder do prefeito na Câmara, teve a habilidade de representar o Executivo – abrindo discussões que favoreceram a pauta governista – e defendendo projetos enviados pelo prefeito Daniel, sem colocar o Legislativo em posição de submissão.
Aprovado pela maioria de seus pares, nos dois anos seguintes presidiu a Câmara e reafirmou a independência.
Durante o período, Rezende enfrentou crises diversas; das tentativas de ‘incêndio’ no ambiente político – por conta das eleições que se aproximavam –, à crise sanitária que parou o mundo.
Como mediador, atuou em importantes situações, como a negociação que estabeleceu horário para o funcionamento do comércio de Marília e as posições do município diante da pandemia.
Entre uma gestão e outra de Rezende na mesa diretora, o experiente vereador encarou ainda uma eleição totalmente diferenciada, com a necessidade do distanciamento social, o que exigiu ainda mais de candidatos e eleitores.
Aprovado nas urnas com 2.846 votos – segundo mais votado – teve sua representatividade confirmada. A escolha para a presidir o Legislativo contou com aval tanto de vereadores alinhados ao prefeito quanto aos eleitos pela coligação adversária.
Diante desse cenário, a expectativa é que o presidente da Câmara Municipal consiga garantir mais dois anos de Legislativo autônomo e responsável.
No primeiro episódio em que precisou se posicionar, Rezende já deu o tom e declarou ser contrário ao decreto do prefeito Daniel Alonso que aplicou a correção de 24,5% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M).
Ao se adaptar ao novo momento da democracia brasileira – com a população mais informada e parte do processo decisório – Rezende demostra ‘não ter compromisso com erros’ e capaz de adotar modelo de governança na gestão Legislativa. Melhor para Marília.