Rombo da Americanas surpreende trabalhadores locais
Uma das principais notícias desta quinta-feira (12) em todo o Brasil foi o rombo de R$ 20 bilhões no balanço financeiro da Lojas Americanas. Duas unidades da empresa funcionam em Marília e os colaboradores locais estão apreensivos com o futuro do emprego.
O Marília Notícia visitou as duas lojas da cidade, que juntas contam com aproximadamente 40 funcionários. Uma delas fica em um dos principais quarteirões do Centro de Marília, com entrada pela rua Nove de Julho e também pela avenida Sampaio Vidal. São dez colaboradores no local.
“Nossa loja aqui no Centro conta com dez funcionários, mas dois estão afastados e atualmente [há] oito trabalhando. Soubemos da notícia hoje [ontem] cedo e todos estão com medo e preocupados. Precisamos vender muito, pois as lojas que não atingirem suas metas devem fechar. Vamos aguardar para ver como a situação fica daqui em diante”, afirma um colaborador que não quis se identificar.
No Marília Shopping, o número de funcionários é ainda maior. São cerca de 30 colaboradores, que trabalham em dois turnos distintos, já que a loja fica aberta por um período maior e recebe grande público todos os dias.
“Não vi notícia nenhuma hoje e não nos passaram nada sobre nenhum problema aqui na loja. Por aqui, de momento, está tudo tranquilo e dentro da normalidade”, conta uma colaboradora do local.
ROMBO
A Americanas comunicou que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta de fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o de 2022. Em uma análise preliminar, a área contábil da companhia estima que os valores das inconsistências sejam da dimensão de R$ 20 bilhões na data-base de 30 de setembro de 2022.
“Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz comunicado divulgado.
Entre as inconsistências, a área contábil da companhia identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais a Americanas é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta de fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro do ano passado.
O conselho de administração decidiu, ainda, criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis.