Com frota de 180 mil veículos, cresce gargalo no trânsito
Se a Zona Azul resolveu o problema da falta de vagas para estacionar na região central da cidade, ainda está longe de ser resolvida a questão dos acessos viários, que têm gargalos em várias regiões. Motoristas sentem os transtornos principalmente nos horários de pico.
Marília tem atualmente 178.408 veículos ativos, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Há apenas oito anos, eram 132.200; ou seja, de lá para cá um aumento de 34%.
Está muito enganado quem pensa que somente as motocicletas explicam o grande crescimento. O número de motos aumentou 28% na cidade, enquanto o de carros subiu 31% no mesmo período.
Com uma frota de 101.660 automóveis – fora os utilitários, ônibus, caminhões e motocicletas – Marília tem agora o desafio de administrar uma malha viária com ruas estreitas, poucos acessos para regiões populosas.
Melhorias têm sido feitas, mas ainda são tímidas para resolver os grandes gargalos. Um deles é na zona Oeste da cidade, uma das regiões que mais cresce e inclui bairros como Cavallari, Califórnia, Comerciários e Firenzi. Novos residenciais estão previstos.
A professora Patrícia Felicíssimo mora na região e conta que a extensão e alargamento da avenida José da Silva Nogueira Júnior favoreceu muito o acesso.
“Sentimos uma melhoria imediata. Antes, havia uma concentração na [rua] Amador Bueno. Já está bem melhor o fluxo. No semáforo do pontilhão, existem duas faixas para seguir em frente, mas só há espaço para um carro. O semáforo demora para abrir e quem vai para o Cavallari fica buzinando”, observa a moradora.
Ainda na zona Oeste, mesmo sem o pleno movimento no Campus Universitário, a avenida da Saudade já vive situação de congestionamento com frequência. Motoristas enfrentam trânsito lento e dificuldade também para acessar a região dos bairros Califórnia e Comerciários – que ganharam milhares de pessoas.
Morador na região Norte, o almoxarife de manufatura Júlio Barros, alerta para o gargalo na entrada da avenida República, para quem acessa pela avenida Antonieta Altenfelder.
“Agora, como as aulas ainda não voltaram 100%, ainda está um pouco melhor. Mas em condições normais, em horário de pico é caótico. Também estamos percebendo muito trânsito no Altos do Palmital. Quem vem da rodovia tem que ter paciência ali perto do posto”, alerta.
Também tem gerado reclamações a confluência das avenidas Castro Alves e Sanches Cibantos, na zona Norte da cidade. A substituição da antiga rotatória, que chegava a causar acidentes, melhorou a segurança, mas o fluxo – devido ao grande volume de veículos – ainda está prejudicado.
Naquele ponto é feita a ligação de quem vem pelas avenidas República e Santo Antônio. O local é muito usado tanto pelos moradores da zona Norte quanto pelos motoristas que saem ou entram em Marília.
O trânsito também tem se complicado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes e rua Santa Helena, especialmente pela manhã, quando parte dos moradores saem para o trabalho. A região tem ainda outros pontos sensíveis, como a avenida das Esmeraldas e a ligação com a zona Sul, pela avenida das Roseiras.
SOLUÇÕES
Novas ligações entre os bairros fazem parte da solução, já que poderiam evitar sobrecarga nas atuais artérias, mas o problema é um pouco mais complexo. Moradores se recusam a usar vias secundárias, geralmente, estreitas, com buracos e com mão dupla.
Como a ocupação de Marília ocorre sobre um espigão, é natural que haja alguns obstáculos naturais para conectar diferentes regiões da cidade. O alargamento de vias, construção de novas avenidas e acessos nas áreas de ocupação antiga representam alto custo para o Poder Público.
A resposta para essa dificuldade seria a intensificação dos estudos de tráfego – na área já ocupada – e estabelecer maior controle, em futuros projetos de expansão.
OUTRO LADO
O Marília Notícia questionou a Empresa Municipal de Mobilidade Urbana (Emdurb) sobre os estudos em relação a estes gargalos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.