Com cenoura vilã, legumes pesam no bolso do mariliense
Os marilienses têm sentido no bolso o custo da salada em alta. Um novo aumento é observado a cada semana. Mercados, varejões e feiras não têm conseguido segurar o preço dos legumes e das verduras.
A prévia da inflação oficial do Brasil em março foi de 0,95%. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), legumes, frutas e hortaliças subiram quase 25% nos últimos 12 meses.
Levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas em feiras de todo o país mostra um número ainda maior que a inflação – nos últimos 12 meses. O preço das hortaliças e dos legumes cresceu 31%.
Desta vez, a vilã é principalmente a cenoura que, de acordo com os dados, subiu 121%. As chuvas acima da média em regiões produtoras seria a explicação para o reajuste, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Levantamento feito pelo Marília Notícia mostra que em 18 de fevereiro era possível encontrar o quilo da cenoura a R$ 9,97 nos supermercados da cidade. Agora, o quilo está R$ 12,90 – aumento de 29,4% em pouco mais de um mês.
Dados do Cepea mostram que a caixa com 20 quilos de cenoura era vendida a R$ 127,50 em 4 de março e no dia 25 já custava R$ 140 – alta de 9,8% em 21 dias.
Outro item que sofreu reajuste é o tomate. No acumulado, o aumento foi de 66%. O Cepea aponta que a caixa do fruto está sendo vendida a R$ 146,67.
Entretanto, a realidade nos varejões de Marília é outra. Patrícia Paes Tonezi, responsável pelo setor de compras de estabelecimento na zona Leste da cidade, afirma que recebeu a caixa de tomate a R$ 200 e da cenoura a R$ 180.
“Está complicado igual nos supermercados. A gente tenta segurar ao máximo o valor para não subir [para o consumidor], mas chega uma hora que não dá. É necessário o reajuste. Para a gente também chega super caro”, explica.
Mesmo assim, Patrícia diz que os valores nos varejões muitas vezes ainda compensam mais do que nos supermercados.
“Temos bastante clientes que dizem que nos mercados têm itens que estão muito mais caros do que aqui. Colocamos uma porcentagem de ganho mais baixa para tentar vender. Porque, se aumenta demais, também não vende e estraga na banca, aí o prejuízo é maior”, conta.
O varejão compra parte dos produtos – legumes e frutas – de fornecedores e as hortaliças são de produção própria. Contudo, segundo a responsável, o clima tem desfavorecido a produção de maneira geral.
“Plantamos verduras. Deu aquela chuva forte, perdemos praticamente tudo. Plantamos de novo, dá aquele sol, depois chuva de novo. O clima fica variando e isso complica bastante. Como dá muita perda, o preço sobe”.
Com relação aos fornecedores, Patrícia explica que, além do fator clima, existe o frete. “O combustível aumentou, então eles devem colocar uma porcentagem de transporte também”, finaliza.