Falhas constantes no abastecimento de água irritam população
Do início de janeiro até agora, a Prefeitura de Marília já emitiu quatro avisos de manutenção na rede, com recomendação para economia de água. É mais de um comunicado por semana, uma vez que foram dois avisos na primeira semana, nos dias 2 e 4, e outros dois na semana passada, em 18 e 19 de janeiro.
De acordo com o Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem), logo no dia 1º de janeiro houve a queima de bomba do poço P4, que abastece a região do Palmital e bairros adjacentes. No dia 3, queimou a bomba do poço PG 05 (Cascata), que auxilia no abastecimento da região do Aeroporto e da zona Sul. Os avisos de manutenção foram emitidos nos dias seguintes.
Na terça-feira passada (17), o ocorreu um rompimento na adutora do Rio do Peixe, responsável pelo abastecimento de cerca de 50% da cidade – regiões central, Oeste e Norte. Na quinta-feira (19), a falta de energia teria paralisado novamente o sistema de produção e distribuição do Sistema Peixe.
Apesar da pronta manutenção, anunciada pela administração, é possível identificar que os problemas para a população vão além. Sem receber nenhum comunicado, os moradores de parte dos bairros Nova Marília e Jardim Marajó, na zona Sul, ficaram sem água de segunda-feira (16) até domingo (22).
“A água só voltou ontem [domingo]. Nós não recebemos nenhum aviso. Mandei um e-mail na página do Daem para perguntar o que estava acontecendo, entrei nas redes sociais para ver se tinha algum comunicado, mas nada. Achei que era só aqui no Marajó, mas minha amiga mora no bairro Nova Marília e estava na mesma situação, desde segunda sem água. Vi uma reportagem à respeito do Bandeirantes, mas lá o abastecimento é pelo Rio do Peixe e aqui pela Cascata, então o problema está geral nas adutoras”, afirma a dona de casa Patrícia Ferreira dos Santos.
ZONA NORTE
Os moradores do bairro Polon, na zona Norte de Marília, também estão com problemas no abastecimento de água desde a semana passada. Faltou água na quarta (18) e na sexta (20). Depois do primeiro dia de torneiras secas, no entanto, a água vem sem pressão, e não chega em todos os pontos das casas.
“A impressão que a gente tem é de que estão fechando a água depois do almoço. Fica bem fraquinha. Eu encho os baldes todos os dias, porque a gente fica sem saber se vai acabar. Aqui era um lugar que a gente não costumava ter esse tipo de problema. Agora, tem vizinhos que vão tomar banho fora (em casas de parentes) porque a água está tão fraquinha que não dá para usar o chuveiro”, diz a autônoma Silvia Mariano Brandão.
ZONA OESTE
No Jardim Bandeirantes, a água acabou na quarta-feira (18) e só voltou na madrugada do domingo (22).
Na casa da assessora administrativa Jane Celi do Nascimento Rodrigues, o problema foi amenizado em razão das três caixas d’água.
“Como é um problema bem recorrente no bairro, temos três caixas. Foi o que nos salvou, porque para nós a água das caixas acabou na sexta (20). Mas a situação foi mais precária para muita gente. No sábado (21), compramos água de galão, e enchemos recipientes com água da chuva (para a limpeza). Falo que somos privilegiados ainda porque trabalhamos fora e não ficamos tanto em casa, mas muita gente reclama do problema”, conta Jane.
Na casa da analista de vendas Fabiana Alves, no Jardim América, a saída foi recorrer ao irmão, que mora no Maracá. “É longe, mas era a opção que a gente tinha. Tomamos banho na casa dele para economizar água para a louça. Foi muito tempo (de quarta à sábado), bem complicado para quem tem criança. E a falta de retorno do Daem, dizendo que não havia previsão, acho que foi o pior”, afirmou.
OUTRO LADO
O Marília Notícia procurou a Prefeitura de Marília para comentar o assunto, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.