Civil tenta identificar 3º autor de crime contra transexual
Dois acusados do ataque contra a garota de programa transexual Kelly Fernandes foram identificados e já prestaram depoimento para a Polícia Civil. A dupla confessou o crime ocorrido no dia 12 de julho, no bairro Polon, zona Oeste de Marília.
Agora, foi feito o pedido para dilação de prazo para apuração e identificação do terceiro envolvido no caso. Na data do crime, os autores dispararam o conteúdo de um extintor contra a vítima e filmaram toda a ação.
Em depoimento, o desempregado J.S.L.C., de 18 anos, contou que estava com um amigo dando voltas de motocicleta, por volta das 22h, quando encontrou alguns conhecidos que o chamaram para “fazer um negócio”. Ele contou que entrou no carro, sendo que um dos ocupantes disse que parariam para conversar com um “travesti”.
O motorista parou o automóvel Volkswagen Gol, e o passageiro passou a conversar com a vítima enquanto o desempregado filmava tudo no banco de trás. Quando o extintor foi acionado, todos teriam xingado a transexual. Na ocasião, o motorista ainda deu a volta com o veículo e dirigiu em direção à garota de programa para assustá-la.
O desempregado revelou o endereço do amigo, mas não soube precisar onde ficava a moradia do motorista do veículo. Afirmou ainda, em depoimento, que chegou a pedir para que parassem com a brincadeira, mas não foi ouvido pelos outros dois ocupantes do carro.
O segundo envolvido no crime, o estoquista J.A.L.A., de 24 anos, afirmou que estava caminhando sozinho, após sair de uma festa, quando encontrou a dupla que fez o convite. Ele disse que conhecia apenas o desempregado, não sendo conhecido do motorista do automóvel.
Os três teriam ido até a região do Campus Universitário, sendo que no retorno para o Jardim Santa Antonieta, o motorista teria tido a ideia de “brincar com travestis”. Ele pegou o extintor e foram até o local do crime, onde acionou o dispositivo contra a vítima. Contudo, o acusado negou que tivesse proferido qualquer xingamento contra a garota de programa.
A vítima não teve dúvidas quanto à identidade dos dois autores, que tiveram os aparelhos celulares apreendidos para passarem por perícia.
Como ainda resta a identificação do terceiro envolvido no crime, o inquérito policial ainda não foi concluído. Já foram feitos dois pedidos de dilação de prazo para a apuração dos fatos, que segue sendo feita pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Marília.