Demanda por leitos faz Marília voltar a adiar cirurgias eletivas
Após um dos menores quantitativos de cirurgias eletivas realizadas em Marília durante o ano passado em decorrência da Covid-19, o município já volta a vivenciar a redução no número de procedimentos do tipo com a ameaça de agravamento do quadro.
Cirurgias eletivas são aquelas que não são urgentes – ou seja, podem ser agendadas com hora e data marcadas. Com o aumento na ocupação dos leitos por pacientes infectados pelo coronavírus, durante toda a pandemia, a postergação deste tipo de procedimento veio sendo adotada em todo o país.
A estratégia envolve a liberação de vagas nos hospitais para atendimento das novas ondas de internações, provocadas pelas variantes do coronavírus – a ômicron, atualmente.
No momento, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema) já precisou reduzir a quantidade de cirurgias do tipo. A instituição é referência para 62 municípios que totalizam 1,2 milhão de habitantes.
Já a Santa Casa de Marília e o Hospital Beneficente Unimar (HBU), até agora, em 2022, seguem com as agendas de cirurgias eletivas mantidas, apesar da alta na ocupação dos leitos Covid-19, que vem sendo registrada desde o começo do ano.
Os hospitais da rede privada que mantêm convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) vinham sendo pagos pelos leitos de terapia intensiva exclusivos para Covid-19 disponibilizados, mesmo sem utilização efetiva, até o final do ano passado.
Por outro lado, uma importante fatia da renda das instituições – principalmente aquelas de caráter beneficente – provém da realização de procedimentos cirúrgicos eletivos por meio de convênio com o Poder Público.
Esse tipo de procedimento foi suspenso por boa parte do tempo nos dois últimos anos, provocando um aumento na demanda represada.
No ano passado, em Marília, em média, foram realizadas 229 cirurgias eletivas por mês em âmbito hospitalar. Em 2020 foram 278 e, no ano anterior [2019], antes da pandemia, foram 557.
No caso das cirurgias eletivas em âmbito ambulatorial – menos complexas do que as hospitalares e que independem de internação -, a média mensal realizada em Marília pelo SUS foi de 1.499 em 2021, maior do que as 1.217 de 2020, mas bem atrás da média mensal de 2020, que foi de 1.727.