Cirurgia Cardíaca da Santa Casa completa 16 mil procedimentos
Criado em abril de 1980, o serviço de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de Misericórdia de Marília já realizou aproximadamente 16 mil procedimentos cirúrgicos. Com a maioria das intervenções cirúrgicas realizadas através do SUS (Sistema Único de Saúde), esta importante especialidade médica do hospital é referência regional.
“A nossa equipe de trabalho capacitada e a estrutura oferecida pela Santa Casa possibilitam a prestação de um serviço de qualidade à população. Contamos com enfermeiros perfusionistas, instrumentadores e anestesiologistas que fornecem o suporte necessário para os médicos que realizam as cirurgias”, enfatizou o coordenador do serviço de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa, Rubens Tofano de Barros.
A integração com outros setores do hospital é fundamental para o sucesso dos procedimentos cirúrgicos, conforme Barros. “A hemodinâmica é muito importante para nós, assim como a REC (Recuperação Cardiológica), que participa não apenas do pós-operatório, mas também do pré-operatório – em casos de implantação de marcapasso, por exemplo”, ressaltou Barros, que atua na Santa Casa há 44 anos e inclusive participou do processo de implantação da cirurgia cardíaca no hospital.
Este trabalho também envolve o PS (Pronto Saúde) da Santa Casa de Marília, com os médicos residentes da Cardiologia Clínica, a Agência Transfusional e o Serviço de Imagem, principalmente na realização de exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Além de Rubens Tofano de Barros, o serviço também conta com os cirurgiões cardíacos Marcos Gradim Tiveron e Sérgio Marques Pereira.
O cardiologista Eraldo Peloso acompanha os pacientes no pré e no pós-operatório, garantindo o suporte clínico neste sistema de atendimento integrado promovido na Santa Casa de Marília. “É importantíssimo este trabalho do Eraldo, pois o cirurgião geralmente fica entre cinco e seis horas em um procedimento”.
História
Em 1974, foi realizada a primeira cirurgia cardíaca na Santa Casa de Marília. Em um convênio com a Famema (Faculdade de Medicina de Marília), o médico Miguel Angel Mendoza Claro trouxe o renomado docente da USP (Universidade de São Paulo) Euryclides de Jesus Zerbini para fazer o procedimento inaugural, acompanhado dos profissionais da cardiologia Olavo Ribeiro Rodrigues e Antônio Carlos dos Santos.
Formado pela 5ª turma da Famema, Rubens Tofano de Barros iniciou trabalhando com o cirurgião vascular Nathanael Ribeiro de Melo, no final da década de 1970. Quando já atuava no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, o profissional recebeu o convite para retornar à Santa Casa de Marília.
Na oportunidade, os pacientes da região de Marília tinham agendados seus procedimentos cirúrgicos para o Hcor (Hospital do Coração), em São Paulo. “Lembro que fazíamos estas cirurgias em uma tarde por semana”, contou.
“Em abril de 1980 então viemos para Marília e no dia 2 foi realizada a primeira cirurgia cardíaca com o serviço já implantado. A partir de então, iniciamos um processo de evolução, tendo a neurologia e a nefrologia como grandes parceiros. Contávamos com apoio irrestrito da Direção da Santa Casa”, salientou Barros.
O cirurgião cardíaco lembrou que alguns equipamentos chegaram a ser comprados pelos médicos que formavam uma sociedade no serviço. Eram eles: Sidônio Quaresma, Orilto Vanin e George Roberto Nazari (ambos in memoriam); João Carlos Ferreira Braga, Antônio Penna e o próprio Rubens Tofano de Barros.
“Não posso deixar de mencionar o saudoso médico Luiz Quijada, que nos ajudou muito para o funcionamento do serviço de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa”, disse o hoje coordenador do setor.
Barros destacou que esta bonita trajetória de 38 anos da Cirurgia Cardíaca da Santa Casa deixa ele como profissional realizado e satisfeito com a evolução do serviço. “Vivemos muita coisa ao longo dos anos. Hoje, é muito bom ver a qualidade dos procedimentos e toda a retaguarda da Direção do hospital. Este trabalho em equipe proporciona um atendimento diferenciado, que resulta na realização de mais de 400 cirurgias cardíacas por ano na unidade hospitalar”, concluiu.