Cientista da Fiocruz elogia Saúde de Marília
Cientista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que atua na pesquisa nacional de nova estratégia contra o mosquito Aedes Aegypti, esteve em Marília nesta terça-feira (7) para encontro com profissionais da Secretaria Municipal da Saúde e órgãos parceiros.
O pesquisador José Joaquim Carvajal é boliviano e integra o esforço internacional, liderado pelo Brasil (por meio da Fiocruz), visando experimentar uma estratégia que usa o próprio mosquito para transportar larvicida a possíveis criadouros, onde ovos podem ser eliminados.
O estudo começou no final de 2017 e deve seguir ao longo deste ano. “Marília tem sido um excelente campo para essa pesquisa por ter uma rede de saúde ampla e organizada. Estamos aprendendo muito com a experiência no município e, inclusive, levando para outras cidades”, disse o cientista.
Ele afirma que o estudo é “promissor” e embora ainda esteja em andamento, já é possível afirmar que a nova estratégia “pode ter impacto no controle de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, levando, inclusive, a números mais moderados da dengue na cidade”.
DESTAQUE
O projeto inovador, desenvolvido em parceria pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é testado em seis cidades do país e Marília é a única no estado de São Paulo que está participando da iniciativa.
A ideia de usar o próprio mosquito para levar o veneno aos locais com água parada e de difícil acesso veio em boa hora. Isso só é possível com a instalação das armadilhas desenvolvidas no projeto.
A armadilha é bem simples, formada por um balde com água forrado com um tecido preto, onde é aplicado o produto Pyriproxyfen, já utilizado em todo o país para eliminar o Aedes aegipty. Trata-se de um inibidor que prejudica o desenvolvimento das larvas. A aposta dos pesquisadores é que os próprios mosquitos levem esse larvicida a criatórios inacessíveis.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
Nesta segunda-feira (06), a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde divulgou boletim epidemiológico semanal, com atualização das informações sobre dengue na cidade.
Até esta data (06) foram confirmados 401 casos autóctones (contraídos no próprio município) e 12 casos importados.
O secretário municipal da Saúde, Ricardo Mustafá, parabenizou os servidores e equipes que atuam no campo e planejamento. “Dizer que uma cidade encontra-se em epidemia não é motivo de alarde ou pânico. Temos efetuados todos os esforços para conter o avanço da doença. Nossos servidores têm trabalhado com seriedade e comprometimento, seguindo todas as recomendações técnicas, inclusive com o apoio da Sucen”, destacou.
Marília enfrentou uma situação gravíssima em 2015 quando foram registrados cerca de 50 mil casos positivos e 37 óbitos. “Estamos trabalhando muito para evitar o agravamento da situação. O perigo existe e é real, mas juntos podemos ganhar essa batalha. É muito importante que a população continue contribuindo com o Poder Público nas ações de prevenção, pois só assim conseguiremos evitar a proliferação dos casos”.