Ciclofaixa em Marília tem suspeita de irregularidades
Duas empresas pertencentes a um dirigente da Federação Paulista de Ciclismo (FPC) são as maiores beneficiadas pelos mais de R$ 2,5 milhões que o governo do Estado de São Paulo destinou à entidade para a implantação de ciclofaixas de lazer nas cidades de Marília, Ribeirão Preto e Diadema, entre 2013 e 2014. Concorrentes, a Oliveira Transportes e Serviços e Ágil Express, juntas, receberam mais de metade do montante repassado.
A denúncia é feita pelo jornal ‘O Estado de S.Paulo’. De acordo com a reportagem, no convênio firmado pela Secretaria de Esporte Lazer e Juventude (SELJ) com a FPC para a implantação da ciclofaixa em Ribeirão Preto e em Marília, por oito meses, a Ágil Express e Oliveira Transportes receberam R$ 941,1 mil para locações de grades e veículos, entre outros serviços.
Segundo o jornal, na época em que os convênios vigoraram, entre 2013 e 2014, Rogério Barrenha Benucci era, ao mesmo tempo, membro suplente da atual gestão da federação e sócio de Luciana Benucci na Ágil Express. Apesar de não aparecer no quadro societário da Oliveira Transportes, da qual o único sócio é Fernando Barrenha de Oliveira, Luciana assina todos os orçamentos da empresa nas tomadas de preços
Para o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, há indícios de fraude. “É muita coincidência que diversos serviços o sejam por parte de pessoas ou entidades que tenham no seu quadro social pessoas que estão na própria Federação.”, disse ao Estadão.
Ainda de acordo com a publicação, sediadas em São Bernardo do Campo, no ABC, as duas empresas têm seus sites cadastrados em nome da mesma pessoa, Luciana, cujo telefone para contato é o número comercial da Ágil Express.
Luciana já é alvo de inquérito aberto pelo Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo, em 2012. O órgão investiga irregularidades relacionadas a convênios entre a SELJ e a ONG Lineri, presidida à época por Luciana.
Ciclofaixa em Marília
O projeto da Ciclofaixa na Avenida das Esmeraldas foi suspenso no final de novembro de 2014 e não retornou até agora. Na época a Prefeitura de Marília disse que o projeto estaria momentaneamente suspenso e garantiu o retorno a partir de janeiro de 2015.
Realizado aos domingos, a Ciclofaixa durou apenas 7 meses e tinha um total de 10 quilômetros de extensão na Avenida das Esmeraldas, começando próximo ao estádio Abreuzão e seguindo até ao distrito de Lácio (ida e volta).
Em comunicado na época, a assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que a suspensão era em razão de uma “reestruturação que vai ocorrer em Marília e em outras cidades do interior”.
Outro projeto da administração municipal chamado “Domingo de Lazer” e que serviria para ‘substituir’ a ciclofaixa durou menos ainda: duas semanas. O destino das bicicletas que eram alugadas no projeto e o fim que elas levaram também não foram informados.
Com informações do Estado de S.Paulo