Chefe da Inteligência em SP, afastado do cargo, acumula empresas em Marília
O delegado classe especial José Brandini Júnior, afastado do cargo sob suspeita de falsidade ideológica – por fraudes no serviço que comandava – é dono de um extenso patrimônio avaliado em milhões de reais, incluindo uma fazenda de grande porte em Marília e mais duas empresas nas áreas de segurança privada e tecnologia.
A Fazenda São José, propriedade em Marília, promove criação de gado, cultivo de milho e cana-de-açúcar, conforme declaração à Receita Federal.
Além da fazenda, Brandini é dono de outras duas empresas com sedes declaradas na cidade. Ele possui ainda um conjunto comercial no bairro nobre de Moema, em São Paulo, onde há uma dívida ativa de IPTU no valor de R$ 12.507,76, conforme documentos do Departamento Fiscal da Prefeitura, verificados pelo site de notícias Metrópoles.
PATRIMÔNIO SOB SUSPEITA
Durante mandados de busca e apreensão realizados pela Corregedoria da Polícia Civil, foram encontrados na residência do delegado R$ 200 mil e 30 mil euros em espécie, o que equivale a cerca de R$ 391 mil na cotação atual. A busca foi feita no dia 20.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que as investigações apuram possíveis fraudes em contratos públicos envolvendo Brandini, mas negou que a operação tenha relação direta com uma suposta associação à uma facção criminosa.
A fazenda São José, em Marília, ultrapassa o limite de faturamento anual de R$ 4,8 milhões, o que a exclui do regime tributário do Simples Nacional.
Além do patrimônio que pode ser incompatível com seu cargo, Brandini também causa constrangimento pela titularidade em empresas privadas de tecnologia e segurança, logo um agente público que chefiava a Divisão de Tecnologia da Informação, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Estado, em suspeita de conflito de interesses.
HISTÓRICO DE INVESTIGAÇÕES
O delegado já havia sido citado em 2010 pela Corregedoria e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por suspeitas de irregularidades enquanto atuava no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Na época, ele foi apontado como um dos envolvidos na contratação de empresas de informática sem licitação.
O afastamento atual ocorre no contexto de um esforço para coibir desvios de conduta dentro da Polícia Civil paulista. O inquérito policial, que investiga o crime de falsidade ideológica, é acompanhado pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.
A reportagem do Marília Notícia não localizou o delegado afastado José Brandini Júnior ou a defesa dele, para comentar o caso. O espaço está aberto e havendo manifestação, o texto será atualizado.
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