Chácaras de Marília e região já estão reservadas para fim de ano
Com a crise sanitária, desde março, a locação de chácaras de lazer viveu um verdadeiro rebuliço em 2020, com altos e baixos, mas acabou beneficiada com o encurtamento das viagens e baixa procura pelo litoral. O resultado foi uma grande ocupação para o final de ano.
Na região de Marília quase já não há ofertas disponíveis para Natal e Ano Novo. Anúncios eventuais, de pessoas que desistiram, duram pouco.
O administrador do site Chácaras para Alugar, Marcos Campos, tem 12 anos de mercado e está presente em mais de 40 cidades. Marília e a microrregião tem cerca de 50 anúncios na página dele, onde não há mais nenhuma propriedade disponível para as duas datas.
“Em outubro e novembro batemos os recordes de acesso, com alta de mais de 60%. Em agosto o Ministério do Turismo já tinha avisado o setor para se preparar. As pessoas farão viagens a destinos mais próximos de casa e evitarão o litoral. As comemorações serão em família”, disse.
O resultado foi pressão nos preços. Marcos conta que as locações variam de R$ 2 a R$ 14 mil, de acordo com a localização e qualidade das instalações. Quem demorou, pagou mais caro.
Uma curiosidade, revela o dono do site, foi a locação temporária que durou um mês ou mais para famílias que vieram passar a fase crítica de isolamento social no interior. “Foi uma demanda bem atípica, causada pela pandemia”, relata.
Em um estudo recente, o Airbnb – gigante do setor de locação – constatou aumento de 150% na procura por imóveis de temporada durante a pandemia.
A tendência deve permanecer, já que muita gente percebeu que não precisa mais estar nos grandes centros urbanos para ter uma vida profissional produtiva, porém as datas festivas dependem do comportamento da pandemia.
Se o final do ano chegou mais animador, 2020 não foi totalmente generoso para quem tem chácara de aluguel. As incertezas demoraram a passar.
Para a aposentada Maria Conceição Ramos, dona de chácara na região dos Laranjais, em Marília, a pandemia teve momentos de preocupação.
Ela teve que usar recursos da aposentadoria para fazer a manutenção da propriedade.
“Foi difícil, tem custo. A gente não pode deixar abandonado. De março até setembro, não alugamos. Felizmente, depois, voltamos a alugar novamente, mas apenas para famílias, até 20 pessoas, nada de festa de casamento, aniversário com muita gente”, relatou.