Cerest alerta para acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
Relatório do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), órgão de vigilância, assistência e educação em Saúde para Marília e 31 municípios da região, indica o registro de 420 notificações em 2017, entre acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Destes, cinco acidentes foram fatais. Os ramos de atividades que mais expõe os trabalhadores aos riscos são, respectivamente, a indústria da transformação, o comércio e a construção civil.
O órgão, que faz parte da estrutura da Secretaria Municipal da Saúde de Marília, dá visibilidade ao relatório como uma das ações educativas de maio, mês marcado pelos esforços de Prevenção ao Acidente de Trabalho e Doenças Ocupacionais.
Luciana Caluz Carvalho Pereira, supervisora do Cerest, destaca a importância do acompanhamento, da análise e da discussão dos dados para aprimoramento dos mecanismos de proteção ao trabalhador. Ela lamenta ainda a subnotificação.
“Os números têm um papel relevante de nos provocar. Cada vida ceifada, cada trabalhador inabilitado representa muito. É uma algo que deve incomodar a todos. Seja através da legislação, de aprimoramentos normativos ou da Educação Permanente, precisamos aprender com estes acontecimentos absolutamente evitáveis”, disse.
A subnotificação acontece quando os serviços de saúde deixam de comunicar os casos. Há ainda prejuízos a atuação do órgão e a tomada de medidas de vigilância e assistência quando os documentos não são preenchidos adequadamente.
ACIDENTES
São adotadas três classificações pelo Cerest. Do total de 420 notificações, 218 casos considerados moderados, ou seja, 52%. Outros 197 entraram para a estatística como graves (47%) e cinco casos (1,2%) foram fatais em 2017.
Em relação aos acidentes graves, a distribuição aponta: fratura (171), amputação (06), esmagamento (5), ferimento cortocontuso (5), contusão (03), entorse (03), politraumatismo (02) e queimadura (02).
Em relação às notificações, 45% foram feitas pelo Hospital das Clínicas, 32% pelo Pronto Atendimento da Zona Sul, 20% pela UPA localizada na região norte de Marília e 2,1% pela Santa Casa. Somados, os quatro serviços totalizam 97% das notificações rápidas enviadas. Hospital Unimar, Samu, planos de saúde e outros, juntos, notificaram 0,9% dos casos.
O estudo aponta que os membros superiores são os mais acometidos tanto pelas doenças do trabalho, quanto pelos acidentes de trabalho.
A supervisora relata que foram realizadas 50 inspeções em ambiente de trabalho, sendo 25 geradas por meio de notificação do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) ao Cerest, nove por meio de denúncia, nove geradas pelo Ministério Público do Trabalho de Bauru, e sete para estabelecimento de Nexo Causal.
DOENÇAS OCUPACIONAIS
Em 2017, foram notificados ao órgão 113 casos de doenças relacionadas ao trabalho, sendo 107 em Marília e seis na região. Dos casos locais, são 101 registros de distúrbios osteomusculares; cinco transtornos mentais e uma perda auditiva induzida por ruído.
Nas demais localidades, o Cerest registrou seis casos de LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo ou Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho), sendo duas em Alvinlândia, uma em Guarantã, duas em Lupércio e uma em Júlio Mesquita.
Minoria entre as vítimas de acidentes de trabalho (25%), as mulheres foram as principais lesadas por doenças ocupacionais (68%) em 2017, conforme os dados do Cerest. Metade dos casos está relacionada às trabalhadoras em serviços domésticos.
“As causas mais recorrentes de registro de acidentes envolvendo o sexo feminino em relação a LER/DORT são ritmo excessivo no trabalho e movimentos repetitivos no desenvolvimento da atividade laboral”, explica Luciana Caluz.
Durante o mês, a equipe do Cerest reforça as ações de Educação em Saúde. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (14) 3413-4975. O relatório completo do órgão pode ser acessado no endereço eletrônico www.cerestmarilia.blogspot.com.br